INSTITUCIONALIZAÇÃO DA LOUCURA EM ALAGOAS: AS CIRCUNSTÂNCIAS DE CRIAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO HOSPITAL COLÔNIA DR. PORTUGAL RAMALHO (1951 – 1970)
Loucura; Alagoas; História; Hospital Escola Portugal Ramalho.
Trata-se de um estudo histórico-social que tem como objetivos descrever o contexto da saúde mental em Alagoas na segunda metade do século XX, analisar as circunstâncias da Criação do Hospital Colônia Dr. Portugal Ramalho e discutir sua consolidação para a institucionalização da loucura em Alagoas. O recorte social e temporal foi o estado de Alagoas, no período compreendido entre 1951 e a década de 1970 tendo como marco inicial a própria inauguração do hospital e como marco final a efervescência dos primeiros movimentos em torno da Reforma Psiquiátrica Brasileira. A dissertação encontra suporte teórico nas ideias de Michel Foucault, alicerçando-se na perspectiva de pensar a loucura a partir do exame da história e da evolução do seu conceito como um constructo pertencente a uma sociedade e um tempo. As fontes diretas são compostas por documentos arquivados no Arquivo Público de Alagoas e no arquivo do agora Hospital Escola Portugal Ramalho – HEPR, além de documentos encontrados pelo acesso online à hemeroteca digital da Biblioteca Nacional. Quanto as fontes indiretas, estão constituídas por artigos, dissertações, teses, livros e outras obras de consulta sobre a temática que foram identificadas no processo de revisitação. Afim de caminhar para elucidação do objeto de estudo, as fontes foram trianguladas com o contexto histórico, opções teóricas e hipótese de investigação. Os resultados parciais têm apontado para um cenário de antecedentes que compuseram o enredo propício para a criação do Hospital Colônia, a saber: profundas indiligências na única instituição para os alienados existentes até aquele momento – o Asylo de Santa Leopoldina, estímulos financeiros para melhoria da assistência em saúde mental e jogos políticos. Sobre este último, já é possível afirmar que a institucionalização da loucura em Alagoas se deu sempre imbricada por esse processo, ora sendo influenciada diretamente, ora servindo como materialização e feitio dos atores em determinada época. Segue-se engendrando esforços para construção da narrativa do entendimento dos diferentes momentos vividos pelo Hospital Colônia Portugal Ramalho, entre eles sua primeira década de funcionamento e dos desafios para sua consolidação como uma instituição ordenadora da atenção à saúde mental no território Alagoano, e a década de 70 que marcou um retrato histórico de sua era de ouro.