O ADOECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM POR COVID-19: UMA ANÁLISE A PARTIR DA TEORIA DA INCERTEZA DA DOENÇA
COVID-19. Profissionais de Enfermagem. Teoria da Incerteza da Doença.
Introdução: Este estudo teve como objeto a experiência de incerteza vivenciada por profissionais de enfermagem durante o processo de adoecimento pela COVID-19. A incerteza da doença está intrinsecamente relacionada à incapacidade de determinar sentido aos acontecimentos que tenham relação com ela, no sentido de atribuir valores concretos, prever resultados e construir estratégias de enfrentamento. É possível destacar que o recebimento do diagnóstico por si só não ameniza as incertezas da pessoa acometida pela COVID-19. Objetivos: Analisar as incertezas vivenciadas por profissionais de enfermagem que adoeceram por COVID-19. Metodologia: Tratou-se de uma pesquisa do tipo qualitativa de caráter exploratório-descritivo, realizada com 20 profissionais de enfermagem que adoeceram pela Covid-19, cujos depoimentos foram colhidos através de entrevista semi-estruturada. Foi realizada análise do conteúdo de Minayo e utilizado como referencial teórico a Teoria Reconceptualizada da Incerteza da Doença de Merle Mishel (1990). Resultados e discussão: Após a organização dos dados e reflexão acerca do achados emergiram as seguintes categorias de análise: Categoria 1 - A capacidade cognitiva e a inferência na previsibilidade de (in)certeza da doença; Categoria 2 - Uma ameaça real? A incerteza do desconhecido; Categoria 3 -Estratégias de enfrentamento – "Coping" – e suas repercussões nas reações adaptativas. Conclusão: Partindo do pressuposto de que a pandemia mundial pelo novo Coronavírus surgiu com uma imensidão de incertezas e que estas repercutem como falta de clareza e inadequação no estado cognitivo, prejudicando a interpretação e avaliação dos acontecimentos da vivência da doença e comprometendo a adaptação da pessoa adoecida, entendemos que a aplicação da Teoria da Incerteza da Doença foi um referencial teórico adequado para leitura do fenômeno do adoecimento dos profissionais de enfermagem pela COVID-19.