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Banca de QUALIFICAÇÃO: ELLEN VIDAL MEDEIROS LOBO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ELLEN VIDAL MEDEIROS LOBO
DATA : 26/05/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Sala Virtual - https://meet.google.com/hoe-iovw-prz
TÍTULO:

EPIDEMIOLOGIA DE AUTOMUTILAÇÃO EM ESTUDANTES DE DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ-ALAGOAS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19


PALAVRAS-CHAVES:

Automutilação; Estudante; Saúde mental; Escola.


PÁGINAS: 69
RESUMO:

Introdução: A automutilação em estudantes é um problema nacional e existem poucos estudos realizados no Brasil, mostrando a necessidade de realizá-lo frente às lacunas de conhecimento. Objetivo: Avaliar a frequência de casos de automutilação em estudantes de duas escolas públicas do município de Maceió, Alagoas, durante a pandemia da COVID-19. Método: Trata-se de um estudo transversal. A coleta de dados foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas. Foram entrevistados alunos de duas escolas de Maceió: Escola Municipal Dr José Haroldo da Costa (bairro do Salvador Lira) e Escola Estadual Maria Salete Gusmão de Araújo (bairro do Tabuleiro dos Martins). Foram incluídos estudantes cursando do sexto ao nono ano do ensino fundamental na escola municipal; e estudantes do primeiro ao terceiro ano na escola estadual. Foram utilizados quatro instrumentos: a) Formulário de identificação, b) Inventário de ansiedade Traço-Estado (IDATE), c) Escala de Depressão (CES-D) e d) Questionário de Impulsividade, Autoagressão e Ideação Suicida para adolescentes - QIAIS-A. Foi utilizando o Microsoftware Excel 2016 para tabulação e organização dos dados e o Statistical Package for the Social Sciences-SPSS Versão 26 para análises estatísticas. Foi utilizada a análise estatística descritiva univariada por meio da média e desvio padrão. Na análise estatística descritiva bivariada foi utilizada a correlação (coeficiente de correlação de Pearson quando ambas variáveis são continuas ou coeficiente de correlação de Spearman quando ambas variáveis não são continua). Para análise Inferencial foi utilizado o Teste Exato de Fisher  nas tabelas de contingência 2x2 para comparar 2 grupos de duas amostras independentes. Esse teste fornece valor-p exato. Resultados: Foram entrevistados 138 estudantes. A maioria dos estudantes era do sexo feminino (92 – 66,7%), heterossexual (97 – 70,8%), cisgênero (114 – 82,6%), preto (109 – 79,0%) e não trabalham (130 – 94,2%). A maioria encontrava-se cansado (102 – 75,0%), acordam cansados (102 – 75,0%), tem insônia (98 – 72,1%), dificuldade de concentração (115 – 84,6%), impaciência (119 – 87,5%), dificuldade em lidar com pessoas lentas (98 – 72,1%), sofrimento por antecipação (92 – 68,1%), irritabilidade (116 – 85,3%), realiza atividade física (61 - 44,9%), faz uso de medicação (20 - 14,7%), faz acompanhamento psicológico (13 - 9,6%), tem dor de cabeça (117 – 86,1%), vivenciou algum episodio estressante no ultimo mês da entrevista (70 - 51,5%). Identificou-se que 94 (72,9%) dos estudantes apresentavam risco para depressão, ansiedade estado moderada (120 – 96,8%) e ansiedade traço moderada (122 – 96,8%). Em relação a avaliação sobre automutilação observou-se que os estudantes apresentaram média de impulso/hipercinésia de 12.24(±6,39), controle do impulso (6,42±2,69), 88 (64,7%) estudantes com auto-dano próprio, 42 (30,9%) com comportamento de risco para auto-dano e 123 (91,1%) tinham ideação suicida. Á medida que o escore de risco para depressão aumenta, aumenta os escore das variáveis: humor, sintomas psicossomáticos, interações sociais, iniciativa motora, idate E e T, impulso/hipercinésia, controle do impulso, auto-dano próprio, comportamento de risco para auto-dano e ideação suicida. O sexo feminino tem 3,1 vezes mais chances de se apresentarem risco para depressão do que o masculino (p= 0,005). Ser homossexual oferece 1,4 vezes mais chances de risco para depressão (p= 0,008). Estar insatisfeito (4,6 vezes) e estar indiferente (6,4 vezes) com a escola tem mais chances de risco para depressão (p= 0,029). Estar muito insatisfeito (4,1 vezes) e indiferente (6,6 vezes) com os funcionários da escola tem mais chances de risco para depressão (p= 0,046). Estar insatisfeito com a família tem 4,4 vezes mais chances de risco para depressão (p= 0,002). Estudantes que acordam cansado (3,7 vezes, p= 0,002), tem insônia (3,0 vezes, p= 0,007), tem dificuldade de concentração (2,1 vezes, p=0,001), tem impaciência (2 vezes, p<0,001), tem dificuldade em lidar com pessoas lentas (0,5 vezes, p= 0,016), tem sofrimento por antecipação (1,7 vezes, p<0,001) e tem irritabilidade (1,4 vezes, p= 0,009) tem mais chances de risco para depressão. Realizar atividade física (p=0,016) e não ter vivenciado episódio estressante no último mês (p= 0,001) foram fatores de proteção. O sexo feminino apresentou 5 vezes mais chances de apresentar ideação suicida que o masculino (p= 0,007). A ideação suicida apresentou associação com não ter sido reprovado em algum ano (p= 0,012) e se apresentar indiferente ou satisfeito com o restante da família (p= 0,010). Estudantes que apresentaram sofrimento por antecipação tem 4,4 vezes mais chances de ideação suicida (p= 0,001). Estudantes com risco para depressão apresentaram associação com ansiedade estado moderada (p= 0,016). Estudantes com risco para depressão apresenta 8,6 vezes mais chances para auto-dano próprio (p<0,001) e 3,6 vezes mais chances de ter comportamento de risco para auto-dano (p= 0,012). O risco para depressão apresentou associação com a presença de ideação suicida (p<0,001). Discussão: Este estudo mostra a importância de se atentar para a saúde mental dos adolescentes em âmbito escolar como meio de identificar quem necessita de maior atenção, cuidado e encaminhamento para serviços especializados em saúde mental, além de ser um meio de alerta para os familiares no cuidado dos adolescentes. Durante a fase da adolescência, é importante desenvolver hábitos sociais e emocionais saudáveis que promovam o bem-estar físico e mental, com a adoção de padrão de sono regular, prática de atividade física, desenvolvimento de habilidades interpessoais para o enfrentamento e resolução de problemas, administração de emoções, apoio familiar e ambiente seguro. Todavia, se forem expostos a fatores geradores de sofrimento, o adolescente terá maior chance de impactos negativos na saúde mental. Conclusão: Os achados sugerem que os estudantes que se automutilam apresentam maior risco para depressão, ansiedade moderada e ideação suicida. Isso os coloca em um maior risco de morte devido ao sofrimento mental que vivenciam. Assim, é importante pensar em estratégias de cuidado nas escolas, que visem acompanhar e avaliar os comportamentos de automutilação.


MEMBROS DA BANCA:
Externo(a) ao Programa - 2638145 - BRUNO CLEITON MACEDO DO CARMO
Interno(a) - 1466486 - INGRID MARTINS LEITE LUCIO
Presidente - 1697820 - VERONICA DE MEDEIROS ALVES
Notícia cadastrada em: 23/05/2023 08:44
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