COMPORTAMENTO AUTOAGRESSIVO E ADOECIMENTO MENTAL EM ESTUDANTES DE ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ, ALAGOAS
Automutilação; Estudante; Saúde mental; Escola.
Introdução: A automutilação em adolescentes é um problema de saúde pública no Brasil, e a escola é um local que desempenha um papel importante na compreensão desse evento, tendo em vista que elas passam grande parte de seu tempo neste ambiente. Objetivo: Avaliar o comportamento autoagressivo, risco para depressão e ansiedade traço e estado em estudantes de escolas públicas do município de Maceió, Alagoas. Método: Trata-se de um estudo transversal em que foram entrevistados alunos de duas escolas públicas de Maceió, Alagoas. Foram incluídos estudantes cursando do sexto ao nono ano do ensino fundamental de uma escola da rede pública municipal; e estudantes do primeiro ao terceiro ano na escola estadual. Foram utilizados quatro instrumentos para a coleta de dados: a) Formulário de identificação; b) Inventário de ansiedade Traço-Estado (IDATE); c) Escala de Depressão (CES-D); e d) Questionário de Impulsividade, Autoagressão e Ideação Suicida para adolescentes - QIAIS-A. Para a análise dos dados foi utilizada estatística descritiva univariada por meio da média e desvio padrão; além dos testes de correlação de Pearson para variáveis contínuas e correlação de Spearman para variáveis não contínuas. Para análise Inferencial foi utilizado o Teste Exato de Fisher. Resultados: Este estudo contou com a participação de 133 estudantes. Identificou-se que 90 (72,6%) estudantes apresentavam risco para depressão, ansiedade estado moderada (116 – 97,5%) e ansiedade traço moderada (117 – 96,7%). Em relação a avaliação da impulsividade observou-se que os estudantes apresentaram média de impulso/hipercinésia de 12,14(±6,37), controle do impulso (6,45±2,71). Oitenta e quatro (64,1%) estudantes apresentaram risco de autoagressão, 39 (29,8%) tinham comportamento de risco para autoagressão e 118 (90,8%) tinham ideação suicida. Conclusão: Os achados sugerem que os estudantes que se automutilam apresentam maior risco para depressão, ansiedade moderada e ideação suicida. Isso os coloca em um maior risco de morte devido ao adoecimento mental que vivenciam. Assim, é importante pensar em estratégias de cuidado nas escolas, que visem acompanhar e avaliar os comportamentos de automutilação.