NECESSIDADES DE APRENDIZAGEM DE PÓS GRADUANDOS BRASILEIROS PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL
Pós-graduando; Pós graduação; Saúde Mental; Pandemia; Promoção da Saúde
Introdução: Estudos têm investigado as repercussões da pós-graduação na saúde mental dos mestrandos e doutorandos, que comprovadamente foi ainda mais impactada pela pandemia do Novo Coronavírus, deflagrada no Brasil no ano de 2020. Por serem expostos a numerosos agentes estressores inerentes à sua formação, como a insegurança diante da carreira e do mercado de trabalho, esses profissionais que estudam e são pesquisadores em formação, se deparam com conflitos financeiros, competitividade, cobrança por produtividade e cumprimento de prazos. Desse modo, o investimento em ações conscientizadoras, preventivas e interventivas que alcancem os pós-graduandos podem contribuir para o manejo da saúde mental, sendo necessário, antes disso, conhecer as necessidades de aprendizagem dos discentes. Objetivo: Identificar, na perspectiva de pós-graduandos e coordenadores de programas de pós-graduação as necessidades de aprendizagem dos discentes para promoção da saúde mental. Metodologia: Estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, sob o parecer de número 5.384.965. Participaram desta pesquisa 40 pós-graduandos stricto-sensu, com representantes das cinco regiões brasileiras e seis coordenadores de cursos de pós-graduação. As informações foram coletadas no período de fevereiro a junho de 2023, por meio de sete grupos focais na modalidade online, utilizando a plataforma Google Meet®. A pergunta disparadora utilizada foi “O que você tem dúvidas ou gostaria de aprender para promoção da sua saúde mental?”, tendo sido adaptada para os coordenadores. Para a coleta dos dados foi realizada a gravação dos grupos através da plataforma OBS Studio® e posteriormente sua transcrição por meio da plataforma Transkriptor®. A análise dos resultados foi embasada na técnica de análise de conteúdo, na modalidade temática, proposta por Bardin. Resultados: Dentre os participantes 17 eram da região Sudeste, 13 da região Centro-Oeste, cinco da região Sul; quatro da região Nordeste e um da região Norte. Dentre os participantes, 27 eram do sexo feminino e 13 do sexo masculino. Dos participantes, 17 eram mestrandos, 17 eram doutorandos, um era mestre, um era doutor e um era pós-doutor. Com a análise dos dados emergiram três categorias temáticas, a saber: (Re)aprender a compartilhar consigo e com o outro, O peso da (in)experiência e Aprender a ser orienta(dor). Considerações Finais: O estudo alcançou o objetivo de identificar as necessidades de aprendizagem dos discentes, que vão desde o apoio e diálogo com os pares à aprendizagem da metodologia científica e de como de fato se tornar um orientador. Desse modo, entende-se que o estudo contribui para que os programas possam desenvolver estratégias de promoção da saúde mental mais direcionadas às necessidades do discente, contribuindo assim para seu bem-estar, realização e maior produtividade visando atingir os objetivos dos cursos de pós-graduação em que esses profissionais estão inseridos, sem que haja prejuízos físicos, mentais e sociais.