INFLUÊNCIA DE FATORES RELACIONADOS AOS HÁBITOS DE VIDA NA OCORRÊNCIA DA DOR EM MULHERES COM ENDOMETRIOSE
Endometriose; Saúde da Mulher; Dor; Enfermagem
Introdução: A endometriose é uma patologia inflamatória crônica, progressiva e redicivante, caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, os sintomas mais recorrentes são a dismenorreia, dor pélvica crônica, dispareunia e infertilidade. Estima-se que a incidência de endometriose varia de 2 a 17% das mulheres em idade reprodutiva, o que representa mais de 170 milhões de mulheres em todo o mundo. A dor é uma de suas características clínicas predominantes, sendo que esses sintomas podem ter efeitos pessoais significativos causando grandes desconfortos sobre elas. Acredita-se que alguns fatores como atividade física, alimentação, estresse e sono podem influenciar a percepção de dor em mulheres com endometriose. Objetivo: Analisar a influência de fatores relacionados aos hábitos de vida na ocorrência de dor em mulheres com diagnóstico de endometriose. Método: Estudo do tipo descritivo do tipo Survey, transversal com abordagem quantitativa, realizado em dois centros de referência em endometriose em um estado do nordeste brasileiro. A coleta foi realizada entre fevereiro e agosto de 2023, por meio de aplicação de questionários validados como Sociodemográfico (IBGE), Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS) e Escala Analógica Visual de Dor (EVA). Após a coleta, os dados foram organizados, validados e analisados pelo pacote estatístico R, Versão 3.6. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas. Resultados parciais: Foram aplicados 107 questionários, onde os maiores níveis de dor estavam relacionados com mulheres acima de 35 anos, casadas, pardas, com ensino médico completo e com renda de um a três salários-mínimos, que nunca engravidaram, tiveram menarca precoce (antes dos 10 anos de idade), menstruam regularmente e não usam contraceptivos hormonais. Além disso, o consumo de carne vermelha duas a três vezes por semana, derivados de leite todos os dias e o não uso de suplementos vitamínicos e minerais, estão associados a altos níveis de dor. Todavia, o consumo regular de salada crua, legumes e frutas, a não ingestão de refrigerantes e leite, o uso de tabaco e álcool, não foram associados aos altos níveis de dor. A prática de atividade física regular não teve associação com a redução da dor, entretanto o padrão de sono pobre e nível de ansiedade extremamente severo foram associados a altos níveis de dor referido pelas mulheres. Conclusão parcial: Alguns hábitos de vida estão fortemente associados à dor em mulheres com endometriose, principalmente ampliando os sintomas álgicos referidos por elas. Ressalta-se a importância no gerenciamento dos hábitos de vida como alternativa para tratamento da endometriose e controle da dor.