Banca de QUALIFICAÇÃO: DARA MARIA ANDRADE NASCIMENTO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DARA MARIA ANDRADE NASCIMENTO
DATA : 04/11/2021
HORA: 10:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:
Onde moram as domésticas que trabalham em Aracaju? A dimensão socioespacial do trabalho doméstico remunerado

PALAVRAS-CHAVES:
Trabalho Doméstico, Domésticas, Fragmentação urbana, Mobilidade

PÁGINAS: 116
RESUMO:
O trabalho doméstico no Brasil é perpassado pelas opressões de gênero, raça e classe e isso é explicado pela nossa
história, pois no período colonial temos em nosso país uma imposição dos ideais europeus baseados na dominação
masculina e de classe, além da introdução do sistema escravista. Federici explica que durante séculos a mulher
europeia foi degradada socialmente e teve sua independência abolida se tornando apenas a pessoa responsável pelo
cuidado da família e da casa. Isso aconteceu no mesmo período em que o capitalismo se estabelecia e o trabalho
doméstico se tornou uma atividade sem valor para o mercado, entretanto foi esse mesmo trabalho que impulsionou
a consolidação do capitalismo. Com a colonização a Europa conseguiu acumular muito mais capital ao mesmo
tempo que exportava esses ideias de opressão para as colônias, por isso o Brasil foi formado pela opressão de
classe e gênero acrescida da opressão racial estruturada em nosso país nos longos anos de escravidão. Isso é
explicado por Bernadino-Costa que aponta como essa organização social permanece praticamente intacta no Brasil
após a abolição da escravatura. Além disso, escritoras negras como Ribeiro, Carneiro, Nascimento e Gonzalez
mostram como a vivência de mulheres negras no passado escravista permanece semelhante ainda nos dias atuais,
ocupando os mesmos postos de trabalho do passado, como é o caso do emprego doméstico que ainda é realizado
por mulheres, majoritariamente, negras e pardas. Coutinho, Marcondes e Ávila e Ferreira explicam que as mulheres
são ainda as mais responsáveis pelo trabalho doméstico, porém ao longo do século XX as mulheres brancas
conseguiram ingressar em universidades, acessaram melhores empregos e conseguiram diminuir a desigualdade
entre elas e os homens brancos, ao contrário das mulheres negras, além disso, as brancas só conquistaram essa
emancipação porque tinham a possibilidade de terceirizar o trabalho doméstico às mulheres negras. Mesmo este
trabalho sendo essencial para a manutenção do capitalismo e para a emancipação das mulheres brancas essa
profissão permaneceu por muitos anos sem regularização formal, conseguindo isso somente em 2013 com a PEC
das Domésticas, entretanto mesmo com essa conquista a maioria das trabalhadoras permanecem na informalidade,
recebendo baixos salários e sofrendo abusos, por conta dessa conjuntura essa pesquisa se propõe a trabalhar com
essas mulheres. O objetivo desse estudo é identificar as violências e resistências que enfrentam na profissão e no
espaço urbano e compreender o perfil dessa mulher na cidade de Aracaju. Para definir o recorte territorial do estudo
foram considerados algumas particularidades da formação do espaço aracajuano e definido que o local trabalhado
seria a Zona de Expansão Urbana pela presença de inúmeros condomínios horizontais de alto padrão em uma
região afastada da área mais adensada da cidade evidenciando a segregação urbana na capital Sergipana. Para
atingir o objetivo o processo metodológico se dividiu em duas direções, a primeira foi a coleta de dados de
mulheres cadastradas na Casa da Doméstica de Aracaju para desenvolver mapas mostrando de onde vêm essas
profissionais que trabalham na capital e a segunda etapa consiste na aproximação com as domésticas para entender
as experiências delas no trabalho e no deslocamento na cidade entre suas casas até o trabalho na Zona de Expansão.
Assim podemos compreender a dimensão socioespacial do trabalho doméstico remunerado em Aracaju e também
no estado sergipano, além de ter contato com as experiências e sentimentos das próprias trabalhadoras se
aproximando das dificuldades enfrentadas por elas dentro e fora de casa.

MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - DANIELA ABRITTA COTA - UFSJ
Interna - 2332875 - DEBORA DE BARROS CAVALCANTI FONSECA
Externa ao Programa - 3143166 - DIANA HELENE RAMOS
Presidente - 1647400 - JULIANA MICHAELLO MACEDO DIAS
Notícia cadastrada em: 03/11/2021 15:16
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