A teia da vida urbana: a mobilidade em Maceió sob a luz do pensamento sistêmico
Índice de Mobilidade Urbana Sustentável, Maceió-AL, mobilidade, pensamento sistêmico
Com inspiração no modo de operar da natureza e na forma de organização em redes, comum a todos os sistemas, as cidades precisam ser interpretadas, planejadas e geridas tendo como princípio fundamental a preservação e potencialização da vida: um fenômeno raro no universo. O que colide com a realidade urbana contemporânea de risco de colapso ambiental, intensa desigualdade e baixa qualidade de vida, com forte fragilização da saúde por sinistros de trânsito, estresse e poluição, sobretudo no mundo em desenvolvimento. A humanidade vive um momento chave para mudar o curso de sua história e a cidade é o ambiente ideal para isso. Diante deste contexto, esta pesquisa se propõe a explorar o panorama epistemológico do pensamento sistêmico e de suas relações com o mundo em que vivemos, as cidades que construímos e os problemas e perspectivas globais em um contexto urbano, com foco no tema da mobilidade e tendo como objeto de estudo a cidade de Maceió-AL (Brasil). Foi escolhido como ferramenta metodológica o cálculo e mapeamento do Índice de Mobilidade Urbana Sustentável (IMUS) da cidade, cujos resultados apontam que a mobilidade em Maceió apresenta diversos problemas com causas e consequências capilarizadas e estrutura sistêmica. A falta de integração na gestão municipal e indicadores ruins, como os relacionados à qualidade dos modos de transporte coletivos e ativos, indicam a necessidade de mudanças na forma das pessoas compreenderem a dinâmica urbana e na política de planejamento e gestão municipal. A partir do panorama montado e da síntese de referências de aplicação de princípios sistêmicos no desenvolvimento urbano, foi realizada uma avaliação e sugestão de melhorias para o IMUS, bem como foram criadas diretrizes de desenvolvimento para a cidade de Maceió, que podem ser aplicáveis a outros contextos similares, vislumbrando, diante da grande capacidade humana de colaborar, o potencial de pequenas transformações locais que, cumulativamente, podem resultar em grandes transformações globais.