CIDADE HEGEMÔNICA E FRAGMENTADA: AS INSURGÊNCIAS TRAVESTI/TRANSEXUAL NA LUTA PELO DIREITO À CIDADE.
xx xx.
É necessário explicitar que nesta pesquisa, reconheceremos travestis e transexuais como pessoas que se entendem na contramão ao que as foram colocadas ao nascer e se entendem na figura feminina, em alguns casos respondendo a feminilidade normativa e outras não, mas não deixando de ser reconhecidas como travesti ou transexual. A pesquisa surge com a problemática de mulheres transexuais e travesti não terem o seu direito a cidade e a dignidade social assegurado. A negação a essa população, o seu extermínio, geralmente tem o espaço público como palco a essas violências. Então, como deve essas mulheres transexuais e travestis, cotidianamente vivenciar a cidade em meio a toda violência, preconceito e incertezas? Nesse sentido, entende-se que a arquitetura e urbanismo é resultado de uma série de ideias, crenças, valores e comportamento por grupos dominantes, naturalizada ainda pelo corpo social. Estimula a crítica ao pensamento hegemônico no âmbito arquitetônico e urbanístico, com seus modos de produção e renovação do espaço habitado, 5 consequentemente da arquitetura e da cidade. Trata-se ainda de uma discussão multidisciplinar, ao considerar que não é possível o problema estar inserido na sociedade e desvinculado de toda interdisciplinaridade empregada nas ações individuais e coletivas. Contudo, essa pesquisa discute ideologicamente o silenciamento que mulheres transexuais e travesti estão inseridas. Lugar imposto por um processo ideológico, transmitido pela cisgeneridade dos homens na humanidade, através de dispositivos da cultura, arquitetura, arte e convenções impostas no cotidiano. Através da concepção histórica do mundo, na concepção materialista dialética do inconsciente, para analisar a sociedade capitalista, patriarcal e androcêntrica na relação gênero e arquitetura.