A INFLUÊNCIA DE PARÂMETROS URBANÍSTICOS PARA EDIFÍCIOS MULTIPAVIMENTOS NOS MICROCLIMAS URBANOS: UMA ANÁLISE DA INTERAÇÃO ENTRE GABARITO, RECUOS E FORMA
Clima Urbano. Verticalização. Parâmetros urbanísticos. Legislação urbana. Simulação Computacional.
Diante do rápido aumento da população em áreas urbanas, a verticalização surgiu como uma
alternativa ao adensamento das cidades. Assim, promove transformações ambientais e
modifica o clima urbano, afetando o equilíbrio entre a natureza e a sociedade. Uma vez que os
impactos da expansão das cidades são inevitáveis, o planejamento urbano assume um papel
importante na sua mitigação e adaptação às mudanças climáticas, buscando o equilíbrio entre
os ganhos e perdas decorrentes da urbanização e do adensamento construtivo através da
definição de parâmetros urbanísticos responsáveis pela produção do espaço urbano e
configuração da paisagem. Nesse contexto, a presente pesquisa teve como objetivo identificar
soluções para a adequação da verticalização às características climáticas da ZR-4 de Maceió
com base na comparação de cenários determinados pelos parâmetros urbanísticos do Código
de Urbanismo e Edificações de 2007 e da Minuta do Plano Diretor de 2021. Isso foi possível
por meio de simulações computacionais de cenários urbanos hipotéticos, com uso do software
ENVI-met 4.0. A partir dos parâmetros presentes nas duas legislações citadas, foram
elaborados cenários hipotéticos sob a condicionante de utilizar ao máximo o coeficiente de
aproveitamento, taxa de ocupação e número de pavimentos, modificando a geometria do
cânion. As análises de temperatura do ar, temperatura radiante média evidenciaram que os
cenários com maior densidade construtiva (da ZAC 4) apresentaram melhor desempenho
devido a um menor FVC e maior sombreamento. No que tange à velocidade do vento, os
cenários baseados no código de urbanismo e edificações atual (ZR-4) demonstraram um
desempenho superior devido aos recuos progressivos que resultam em edifícios mais estreitos
e maior porosidade na malha urbana. Além disso, as análises dos índices PET revelaram
sensações menos desconfortáveis nos cenários derivados dos parâmetros urbanísticos
propostos na minuta do Plano Diretor (2021) apesar de nenhum dos cenários ter apresenta
índices PET adequados para garantir o conforto térmico dos pedestres. Logo, resultados do
estudo apontaram melhora no microclima quanto às temperaturas e nos índices de conforto
para os cenários da minuta do Plano Diretor, apesar da redução na velocidade do vento.