HABITAR O ESPAÇO URBANO: A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA DO BAIRRO CENTRO DE ARACAJU (SE)
pessoa em situação de rua; políticas públicas; direito à cidade; aporofobia; Aracaju.
A população em situação de rua integra o cenário de desafios sociais nas grandes cidades
do mundo. Essa população narra sua trajetória marcada por desvinculações múltiplas,
persistentes e acumulativas. A pesquisa em questão concentra-se na população em
situação de rua do bairro Centro de Aracaju (SE), imersa em uma realidade de
vulnerabilidade social que representa uma das formas mais extremas da pobreza urbana.
O propósito central desta dissertação é compreender a relação da população em situação
de rua com o espaço urbano do bairro Centro de Aracaju (SE), com foco nos desafios
que envolvem os modos de vida do habitar e o direito à cidade. Em termos específicos,
objetiva descrever o habitar no espaço urbano, as políticas públicas disponíveis para
oferecer suporte a quem habita a rua, os determinantes do viver nas ruas; investigar os
fatores que conduziram a população à situação de rua e sua relação com o espaço
urbano, a partir da observação e das histórias de vida coletadas; e realizar um
mapeamento que evidencie a aporofobia, caracterizada pela aversão e hostilidade em
relação aos pobres e vulneráveis sociais, englobando a identificação dos locais de maior
concentração dessa população. A pesquisa se compromete com a importância de
promover o senso de comunidade, incentivar a participação ativa e garantir o bem-estar
coletivo como elementos essenciais para uma vivência plena no espaço urbano. A forma
como diferentes grupos sociais habitam o espaço urbano contribui para a criação de
configurações espaciais distintas, que, em algumas situações, podem gerar sentimentos
de medo e estigmas. Isso tem influenciado a modificação do espaço urbano, levando à
adoção de práticas como a arquitetura hostil, que visa reduzir ou impedir a apropriação
de determinadas áreas urbanas, muitas vezes excluindo-os de áreas específicas da
cidade.