PUNHOS E PASSOS DO HOMEM VERMELHO: Olhares sobre os heroísmos distópicos de Daredevil
Esta dissertação, que oferece análises de vertentes da obra Daredevil, história em quadrinhos publicada desde 1964 pela Marvel Comics, explora sua estrutura em três eixos analíticos. O primeiro objetiva inicialmente aprofundar um dos pontos fundamentais da proposta aqui apresentada, a multiplicidade de fatores e teores encontrados na obra e sua continuidade, que faz necessária uma leitura para além de uma concepção engessada do subgênero “super-herói”. Para tal recorro a teorizações que consideram a noção de trágico, vindo elas do clássico aos ecos no moderno, incluindo fontes acadêmicas como Eagleton (2013) e Loraux (2007). O mesmo capítulo aponta para as derivações das considerações clássicas sobre personagens heroicos (CAMPBELL, 1953), finalmente trazendo tais noções, então adaptadas, para contextos contemporâneos à obra nvestiga, inclusive recorrendo a estudos sobre a estética do Absurdo, via Camus (2014) e Esslin (1973). O segundo capítulo apresenta reflexões acerca do caráter “demoníaco” imbuído na personalidade do protagonista, como também sobre a coloração vívida de sua vestimenta. Essa leitura tem seu cume analítico na representação da violência no quadrinho; suportes teóricos para esse eixo incluem os textos de Chevalier & Gheerbrant (2003), Kaiser (1986), Pechman (2009) e Gomes (2012). Por fim, o estudo foca nas possíveis relações entre o enredo do corpus e as estéticas do gênero literário distópico, aqui com adaptações sobre suas repercussões na urbanidade atual a partir das teorias de Moylan (2013; 2016) Claeys (2013; 2017) e Tuan (2005). Quanto à análise da forma visual, elemento intrínseco do híbrido das histórias em quadrinhos, o estudo contou com teorizações de Eisner (2005), Barbieri (2017) e Postema (2018).
Daredevil; violência; urbanidade; distopia; super-herói.