ANÁLISE DISCURSIVA DOS SILENCIAMENTOS NAS PROPOSTAS DO GOVERNO BOLSONARO EM RELAÇÃO AOS DIREITOS TRABALHISTAS
O presente trabalho, vinculado à linha de pesquisa Discurso, sujeito, história e ideologia e ao Grupo de Estudos Discurso e Ontologia (GEDON), analisa o discurso sobre os direitos trabalhistas materializado em propostas do atual governo. Num contexto amplo de crise do capital, ideais neoliberais insurgindo como solução e levante de uma extrema direita recalcada, reestruturação produtiva do capital através do paradigma toyotista, 4º Revolução Industrial e uberização do trabalho, ascende um discurso que, após análise, pode-se constatar, reflete e refrata a ideologia neoliberal que viria a reestabelecer a ordem, a moral, os bons costumes e o caminho da prosperidade econômica. Diante disso, alguns questionamentos de cunho epistemológico surgem: quais ideologias estão por trás de tal discurso? Quais as condições existentes que permitem a legitimação de um discurso dessa natureza? O que tal discurso silencia? Com o intuito de responder a essas indagações, este estudo se debruçou nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso – AD de perspectiva materialista-histórica, objetivando identificar a ideologia subjacente, as condições de produção e silenciamentos reveladores de suas implicações. Para tanto, foi utilizada a base teórica da Análise do Discurso francesa (PÊCHEUX, ORLANDI, VOLOCHINOV) bem como a base teórica do Materialismo-Hisórico (MARX e ENGELS). A partir de uma pesquisa de natureza qualitativa, a análise concluiu que o enunciante evidenciou estar defendendo os interesses do grande capital financeiro, em detrimento da classe trabalhadora, demonstrando estar falando para os trabalhadores, em tom de recado e transmissão de medo, bem como para o capital financeiro internacional, empresários e classe média, como forma de angariar apoio e financiamento.
Crise do capital. Direitos Trabalhistas. Neoliberalismo.