DISCURSOS DE ÓDIO E A (DES)CONSTRUÇÃO DA DOCÊNCIA NO TWITTER: ANÁLISE INTERPRETATIVA DO PERFIL ESCOLA SEM PARTIDO
Nesta dissertação, reflito sobre a (des)construção de identidades docentes no twitter, a partir de indícios discursivos nas dinâmicas de interações do perfil Escola sem Partido (@escolasempartid). A pesquisa está ancorada no campo da Linguística Aplicada inter/transdisciplinar (MOITA LOPES, 2006; PENNYCOOK, 2006), na concepção dialógica de língua/gem (VOLÓCHINOV, 2018; BAKHTIN, 2013), nos estudos de Hall (2006) sobre identidade e nas contribuições de Hypolito e Vieira (2002), Tardif (2002) e Freire (1996) sobre o trabalho docente. Com essas reflexões, observamos os efeitos de sentido em diálogo com questões éticas de atuação nas práticas sociais (MOITA LOPES, 2006; FABRÍCIO, 2006; SOUTO MAIOR, 2009;2020). Focalizo também discussões sobre discursos de ódio e liberdade de expressão no ciberespaço e sobre os mecanismos discursivos de instauração de uma política de ódio. Para efetivar o estudo, realizo uma pesquisa interpretativista (MOITA LOPES, 2004), de cunho histórico-social (FREITAS, 2003), a partir de uma abordagem qualitativa (FLICK, 2009; DENZIN e LINCOLN, 2006; CHIZZOTTI, 2003). O conjunto de dados foi constituído por tuítes publicados no perfil oficial do Movimento Escola Sem Partido (@escolasempartid) na rede social twitter e pelas interações realizadas a partir dessas publicações (respostas), entre agosto de 2019 a julho de 2020. Os resultados preliminares mostram que as identidades docentes produzidas no/pelo perfil resultam de embates discursivos que buscam construir ora identidades docentes pretendidas pelo ESP e seus seguidores, ora identidades antagônicas que devem ser "combatidas" e "criminalizadas".
Identidade Docente, Escola Sem Partido, Discurso de ódio, Redes Sociais.