NÃO SEREI INTERROMPIDA! Um Estudo Interseccional E Discursivo Sobre Marielle Franco
Análise de Discurso; interseccionalidade; mulher negra; memória; Marielle Franco.
Esta tese busca analisar e compreender a representatividade interseccional de Marielle Franco, no contexto político brasileiro, a partir do dispositivo teórico-analítico da Análise de Discurso, tal como proposta por Michael Pêcheux e Eni Orlandi. Tomamos como ponto de partida dados coletados do sistema político-eleitoral brasileiro que indicam que as mulheres negras são minoria dentro do sistema político brasileiro. São elas também que constituem o grupo que mais tem sofrido violência política de gênero. Neste estudo, buscamos analisar o processo discursivo posto em funcionamento por Marielle Franco na conjuntura das lutas antirracistas e antissexistas no Brasil considerando para isso o espaço da política brasileira. Em nosso dispositivo teórico, comparecem noções como, por exemplo, condições de produção, memória discursiva e posição sujeito. Propomos ainda um diálogo com outras áreas do conhecimento, sobretudo, com o feminismo negro, numa tríade de gênero, classe e raça, a partir de autoras/es, como, por exemplo, bell hooks, Ângela Davis e Lelia Gonzalez. Autores/as de referência para se compreender o Sistema Político Brasileiro e a participação da mulher na política também comparecem, dos quais destacamos: Flavia Birolli e Luís Felipe Miguel, entre outros. Espera-se, a partir das análises, compreender na discursividade de Marielle Franco, as relações de poder, relações de força e de resistência.