O LABIRINTO LÍRICO DO DESEJO EM JÚBILO, MEMÓRIA, NOVICIADO DA PAIXÃO, DE HILDA HILST
Hilda Hilst; Lírica; Corpo; Desejo; Ausência.
O presente estudo debruça-se sobre a poesia lírica de Hilda Hilst, uma das vozes mais celebradas da literatura brasileira em nossos tempos. Objetiva refletir sobre a condição estética e ética do corpo-ausente, cuja busca, movida pelo desejo da eu poética, edifica a construção do discurso lírico-amoroso presente no livro Júbilo, memória, noviciado da paixão (1974). Corpus fundamental desta pesquisa, a publicação de 1974 marca a segunda fase da poesia hilstiana, que atrai, enfim, a atenção da crítica literária nacional. Neste trabalho, são analisadas as relações presentes na poesia de Hilst entre corpo-ausente e corpo-desejado, compreendendo-se a forma poética enquanto corpo do labirinto amoroso revelado ao longo do livro. A tradição longeva da poesia de Língua Portuguesa e os ecos da mitologia clássica são inevitavelmente revisitados por convocação da obra estudada. A pesquisa tem como principais pressupostos teóricos os contributos de Rafael López-Pedraza (2010), Elizabeth Roudinesco (2019), Georges Bataille (2017) e (2018), Chauí (1990), Octávio Paz ( 1983), (1994) e (2012) e Roland Barthes (2003) no que se refere às interfaces desejo e ausência e à análise do verso; Mikhail Bakhtin (2011) comparece com formulações acerca do corpo ético e estético; enquanto Alcir Pécora, Cristiano Diniz, Nelly Novaes Coelho, Elaine Cristina Cintra e Luisa Destri respondem pela crítica especializada na obra da poeta do século XX.