Pessoas trans e o discurso conservador no Brasil: ideologia e efeitos de sentido
Análise do Discurso. Pessoas trans. Conservadorismo. Gênero.
A presente dissertação busca analisar os efeitos de sentido do discurso conservador sobre as pessoas trans no Brasil. Para tanto, foram mobilizados conceitos relacionados aos Direitos Humanos, para, em seguida, introduzir à pesquisa a Teoria Queer, de Judith Butler, enquanto embasamento teórico referente às pessoas trans. Como os recortes ocorrem tendo em conta o contexto brasileiro, também foi importante trazer ao debate as contribuições de Berenice Bento, contribuindo principalmente com o conceito de transfeminicídio. A mediação entre gênero e sociedade, história e ideologia ocorre pelo discurso, aqui compreendido de acordo com a teoria da Análise do Discurso (AD), inaugurada por Michel Pêcheux e, no Brasil, desenvolvida por Eni Orlandi. As sequências discursivas foram formuladas a partir de postagens feitas em redes sociais e na internet em geral, sendo primordial o conceito de ‘memória metálica’ (Eni Orlandi). Estas postagens se referem às pessoas que a pesquisa identificou como ‘formadoras de opinião’ ou ‘influentes’ no setor conservador, em diferentes posições-sujeito: Jair Messias Bolsonaro (Presidente da República), Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (Escritor) e José Siqueira Barros Júnior/Sikêra Júnior (apresentador de TV). São mobilizados conceitos essenciais como o esquecimento nº 1 e esquecimento nº 2, interdiscurso e intradiscurso, como também materialidade e discurso digital, condições de produção do discurso no meio digital e em hiperescala, conservadorismo, conservadorismo no Brasil, e, fundamentalmente, ideologia.