A LEITURA EM VOZ ALTA E SUA RELAÇÃO COM A AFETIVIDADE E A COMPREENSÃO LEITORA: UM ESTUDO COLABORATIVO PARA A SALA DE AULA
Palavras-chave: Leitura em voz alta; leitura e afetividade; compreensão leitora
Este trabalho trata de uma pesquisa que tem a leitura em voz alta como objeto de estudo e a sua contribuição não só para a compreensão leitora, mas também para a afetividade – o chamado “prazer de ler” –, considerando a mediação do professor de Língua Portuguesa na sala de aula, em contraste com a leitura silenciosa, cuja prática é mais constante nas nossas escolas. Na esteira dessa discussão, busca-se compreender a importância da leitura em voz alta como prática constante na nossa civilização, desde a Antiguidade, perpassando os demais períodos da história, até chegar aos dias atuais, quando se observa, na escola atual, o negligenciamento da leitura em voz alta, ficando sempre à margem da leitura silenciosa. Assim, discutir a prática da leitura em voz alta na perspectiva do ensino, com foco na compreensão leitora e na dimensão da afetividade é um dos objetivos deste trabalho, tanto do ponto de vista do estudante como do professor. Nessa perspectiva, pretende-se, ao longo da pesquisa, responder à seguinte pergunta: em que medida a leitura em voz alta e a mediação do professor contribuem para a competência leitora dos alunos e a afetividade no ato de ler? Para responder a essa e outras questões de pesquisa, pretende-se, como objetivo geral, comparar as competências leitoras de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, por meio da leitura silenciosa, sem a intervenção do professor, e da leitura em voz alta com a mediação do professor. Para isso, pretende-se também desenvolver ações de cunho colaborativo (Ibiapina, 2016) para envolver os professores da escola-campo da pesquisa, por meio de ações de formação continuada. Quanto à pesquisa com os alunos, serão usados protocolos verbais. A fundamentação teórica abrange estudos bibliográficos sobre os aspectos históricos da língua escrita e das práticas da leitura ao longo dos tempos, com base em autores como Bajard (2014); Fischer (2006), Manguel (1997), Cavallo; Chartier, (1998), Svenbro (1998), Jean, (1999). Quanto à compreensão leitora, se utilizarão os estudos cognitivos de Smith (1989), Silveira (2005, 2015), Kintsch; Rawson (2013), Leffa, (1996), Oakhill; Cain; Elbro (2017), além de Guimarães (2008), Jouve (2002), Mahoney; Almeida (2005), para o estudo da afetividade.