A CONCORDÂNCIA NOMINAL DE GÊNERO NA ESCRITA DO PORTUGUÊS COMO L2 POR SURDOS
concordância nominal; gênero gramatical; português como L2; Libras.
Nesta pesquisa apresentamos um estudo sobre a escrita do português como L2 por surdos brasileiros, usuários da Libras, tendo como objetivo principal analisar como se dá a marcação da concordância nominal de gênero gramatical, em produções escritas, considerando que o português e Libras apresentam mecanismos distintos de concordância. Para tanto, investigamos se e como características morfossintáticas da Libras têm influenciado a escrita do português como L2, e se há um padrão na marcação da concordância nominal de gênero nos dados analisados, haja vista que se trata de línguas de modalidades e propriedades sintáticas distintas. Apresentamos duas hipóteses norteadores para o estudo: (a) a marcação de concordância nominal, em produções escritas em português, por brasileiros surdos, usuários de Libras, apresenta uma instabilidade, ora manifestando o padrão encontrado no Português, ora desviando desse padrão, apresentando uma concordância que denominaremos default; (b) quanto maior for a escolarização dos surdos em Língua Portuguesa menor será o aparecimento de ocorrências que estão em desacordo com o padrão formal dessa língua. Utilizamos como suporte para análise dos dados estudos realizados por pesquisadores como Luchesi (2009 e 2012) e Sedrins e Silva (2012) que analisam ocorrências da concordância nominal de número e de gênero em variedades do português faladas em países africanos e comunidades quilombolas brasileiras. Os resultados parciais mostram que o Português escrito como L2 pelos surdos parece sofrer influência direta da estrutura Libras que é uma língua que não tem obrigatoriedade de marcar o gênero nos nomes.