Análise das paixões retóricas na escolha do ministério sacerdotal
Retórica, paixões aristotélicas, gênero entrevista oral, ministério sacerdotal.
Este trabalho, por meio dos gêneros textuais/discursivos, elege a entrevista oral como gênero que permitirá aos informantes fornecerem as informações desejadas. O objetivo é buscar, na linha da Retórica, entendida como a arte de persuadir pelo discurso, utilizando-se da tríade aristotélica (ethos, pathos e logos), analisar os informantes segundo as paixões aristotélicas, destacando o que os conduziram à prática do ministério. Desse modo, será possível detectar se a escolha se deu por amor, por obediência, por imitação, por imposição (medo), ou quaisquer outras razões, mostrando o poder do retor na decisão vocacional. O gênero entrevista oral foi escolhido porque a oralidade auxilia na eficiência das questões ligadas à espontaneidade da expressão e do uso da linguagem não formal, bem como à expansão das emoções latentes em cada informante. Os constructos teóricos que dão fulcro a este trabalho são os de Abreu (2009), Aristóteles (2000), Fávero & Andrade (2003), Ferreira (2010/2020), Koch (2004), Marcuschi (1989), Meyer (1998), Mosca (1997), Perelman & Olbrechts-Tyteca (2014), Preti (2004), Reboul (2000), Santos; Dikson & Morais (2014), entre outros. O trabalho seguiu uma linha qualitativa, pois as ações se desenvolvem em processo e o pesquisador não detém de dados fornecidos a priori. Para a realização das entrevistas buscou-se a disponibilidade das três dioceses que formam a Província Eclesiástica de Alagoas, a saber: Arquidiocese de Maceió, Diocese de Penedo e Diocese de Palmeira dos Índios. As entrevistas foram efetivadas por áudio e, em seguida, transcritas (MARCUSCHI, 1989; PRETI, 2004). O corpus foi constituído pelas entrevistas orais e mostrou como resultado o forte poder que o retor tem em despertar as paixões na escolha do ministério sacerdotal.