PPGLL PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA E LITERATURA FACULDADE DE LETRAS Telefone/Ramal: 99662-2468

Banca de DEFESA: MARIA JOSÉ DA SILVEIRA GOMES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA JOSÉ DA SILVEIRA GOMES
DATA : 27/02/2023
HORA: 09:30
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

A INVASÃO NARRATIVA EM JOSÉ J. VEIGA: ditadura militar, transculturação e voos possíveis a partir de Sombras de Reis barbudos

 


PALAVRAS-CHAVES:

Literatura goiana; José J. Veiga; Ditadura militar brasileira; Transculturação.


PÁGINAS: 90
RESUMO:

Este trabalho tem como principal objetivo analisar a relação entre a narrativa literária de feição fantástica e a história da ditatura militar no Brasil (1964-1985) na obra Sombras de Reis Barbudos (1972), de José J. Veiga. Focalizamos a relação “entre campo e cidade” (CANDIDO, 2011) nesse romance a partir do olhar do narrador sobre a invasão da urbe (com todo seu aparato técnico e cultural) nas pequenas comunidades do interior brasileiro. Tal problemática se mostra explícita no contraste entre a invasão das tecnologias e práticas urbanas nas cenas, costumes e falares regionais característicos do interior brasileiro e/ou, mais especificamente, goiano, lugar onde o escritor nasceu e viveu boa parte de sua vida. Inserimos este romance no seio da narrativa goiana do século XX que pensa e escreve a história do Brasil desde seu interior agrário, tropeiro e sertanejo, mesmo que por um viés mágico ou fantástico (no esteio do boom latianoamericano). Consideramos o constante e complexo movimento dialético e dialógico entre literatura, cultura, narração e paisagem, esta última construída não apenas em seu aspecto visual, mas a partir de nuances que interagem com os sentidos humanos e sua memória, de modo a cooperar para o reconhecimento de uma cultura que é invadida pelo outro e pelo seu modus operandi autoritário. Assim, evidenciamos como o narrador – uma criança – consolida-se na obra de 1972 enquanto instância ético-estética (BAKHTIN, 2006) fundamental no trânsito entre história do Brasil e história-contada pela ficção, de modo a garantir que a arte se apresente enquanto produto de responsabilidade histórica. Com Angel Rama, analisamos o fenômeno da transculturação, explícita no romance. Sigmund Freud e Italo Calvino oferecem ferramentas teórico-críticas para discutirmos os conceitos de mal-estar na cultura e leveza, despontados deste livro-alegoria de um regime político experimentado em toda a dimensão do território nacional (não apenas na fictícia cidade de Taitara). Para refletir sobre a dialética campo e cidade, recorremos a Antonio Candido e Alfredo Bosi. Já Agostinho Potenciano Souza, Samira Campedelli e Antonio Arnoni Prado são vozes da crítica especializada em José J. Veiga às quais nos somamos. No campo da teoria narrativa, dialogamos com Walter Benjamin e quanto à narrativa histórica e à história do Brasil, Marcos Napolitano (2014) e Demian Bezerra de Melo (2012) comparecem como nomes centrais de nossa perspectiva. Esta pesquisa, portanto, visou apresentar uma leitura sobre liberdade e leveza, contra o peso do mal-estar e do autoritarismo, a partir de um romance goiano dos anos 1970.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1293059 - ANA CLARA MAGALHAES DE MEDEIROS
Interno(a) - 2088016 - CLEYTON SIDNEY DE ANDRADE
Externo(a) à Instituição - RENATA PIMENTEL TEIXEIRA - UFRPE
Notícia cadastrada em: 24/02/2023 11:06
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