PPGLL PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA E LITERATURA FACULDADE DE LETRAS Telefone/Ramal: 99662-2468

Banca de QUALIFICAÇÃO: ANGELA MARIA GOMES DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANGELA MARIA GOMES DA SILVA
DATA : 05/05/2023
HORA: 14:00
LOCAL: PPGLL - de forma remota pelo Google Meet
TÍTULO:

 

 A MERCANTILIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL: UM DISCURSO EM PROCESSO.


PALAVRAS-CHAVES:

Palavras-chave: Discurso; Ideologia; Produção de sentidos; Mercantilização do ensino superior; Capitalismo neoliberal.


PÁGINAS: 97
RESUMO:

É forçoso reconhecer que as políticas de ajuste neoliberal e, dentre elas, a ampliação de instituições de ensino superior privadas se aprofundam, principalmente a partir de 1985, ganhando relevância com o alargamento e disseminação das orientações do Consenso de Washington, com o Governo Collor. Tais políticas vêm conseguindo atuar no “convencimento da opinião pública para fazê-la aceitar a redução de gastos públicos com os direitos sociais” (SGUISSARDI, 2005, p.194), o que representou a retração do Estado, no seu papel condutor e executor de políticas sociais, e dos investimentos indispensáveis à materialização de direitos sociais, com maior incidência sobre as políticas públicas de educação, em especial do ensino superior. Pode-se observar a partir de um olhar mais apurado pela teoria social da crítica marxista, que as diretrizes das políticas educacionais se pautam em uma lógica econômica: a de manutenção da ideologia capitalista. Direcionam a educação à submissão da ordem pré-estabelecida pelas grandes potências internacionais, regidas pelas perspectivas de mudanças em que o Estado produz uma nova visão do seu papel, transferindo para a sociedade e para a família a “tarefa” e a “responsabilidade” para com a educação. Nesse traçado, a educação do Ensino Superior, foco de nossas reflexões, está pautada em um ideal de “educação mercantilizada, cujo discurso é formulado e circula em estreita relação com o campo (discursivamente constituído) das políticas públicas definidas pela ordem social e econômica do sistema capitalista, e a ela subordinada, levando-se em conta, sobretudo, as particularidades do capitalismo brasileiro. Cabe, pois, reconhecer que os Programas que vêm sendo lançados, há décadas, emergem em uma conjuntura histórica brasileira em que o Estado “investe” na redefinição de suas funções e se desresponsabiliza de suas obrigações para com a educação, embora faça parecer que está pondo em voga um sistema articulador de objetivos para o “benefício” da política educacional do ensino superior público, no país. Nesse contexto, é possível identificar que o Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras – Future-se, materializado como Anteprojeto de lei, lançado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC), em 17/07/2019, em meio ao contingenciamento de verba (mais uma vez legitimado!) das universidades, anunciado pelo governo Jair Bolsonaro (2019-2022) no final de abril/2019, está nesse mesmo viés de enquadramento, com os limites, bem como com os recortes (do que está “fora do campo”) desse novo paradigma de Ensino Superior. O Programa propõe uma mudança de cultura nas instituições federais de ensino superior (IFES).  Assim, esta produção tem como objeto de análise os processos discursivos que produzem sentidos nos discursos, cujos dizeres se ancoram em um suposto saber que busca naturalizar a “mercantilização” dessa modalidade de ensino. Tais discursos reverberam, se repetem e se dissolvem em várias instâncias, mas sempre visando uniformizar a forma de interpretação. O estudo se inscreve no campo da Análise do Discurso (AD), filiada a Michel Pêcheux e ancorada no materialismo histórico. A língua, então, não é tratada como sistema fechado em si mesmo. É pela língua que o discurso se materializa, concretiza-se, e o que possibilita o novo de cada acontecimento discursivo é a sua natureza de incompletude, opacidade, sua sujeição à falha, ao equívoco. Nessa perspectiva, a AD articula o linguístico ao sócio-histórico ideológico e seu objeto de estudo, o discurso é, portanto, efeito e trabalho nas relações sociais.  Em termos de análise do corpora selecionado, constituído por vários textos, possibilita identificar pistas que nos encaminham para um gesto de interpretação. Esta pesquisa se justifica como uma necessidade de desvendar a realidade desse discurso no sentido de contribuir para o enfrentamento das complexas contradições presentes na dinâmica da sociedade capitalista contemporânea, o que implica entender o redirecionamento de formas de controle e identificar o sentido de continuidade e de mudança que estas engendram.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1119849 - MARIA VIRGINIA BORGES AMARAL
Interno(a) - 269.196.304-78 - MARIA DO SOCORRO AGUIAR DE OLIVEIRA CAVALCANTE - UFAL
Interno(a) - 3145736 - DEBORA RAQUEL HETTWER MASSMANN
Interno(a) - 1695781 - SÓSTENES ERICSON VICENTE DA SILVA
Externo(a) à Instituição - GESUALDA DE LOURDES DOS SANTOS RASIA - UFPR
Externo(a) à Instituição - JULIENE DA SILVA BARROS GOMES - UFRPE
Externo(a) à Instituição - SAMUEL BARBOSA SILVA
Notícia cadastrada em: 27/04/2023 11:48
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