PPGLL PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA E LITERATURA FACULDADE DE LETRAS Telefone/Ramal: 99662-2468

Banca de DEFESA: VANUSIA AMORIM PEREIRA DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : VANUSIA AMORIM PEREIRA DOS SANTOS
DATA : 19/06/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

As gavetas nunca estiveram vazias: ditadura civil-militar, escrita e resistência na obra de Antônio Torres


PALAVRAS-CHAVES:

Antônio Torres; Ditadura Civil-Militar; Literatura Brasileira; Violência Institucional; Censura.


PÁGINAS: 125
RESUMO:

Antônio Torres estreou como ficcionista em 1972, quando já vigorava o Decreto 1077/70, lei que oficializava e sistematizava especificamente a censura prévia a livros e revistas e comprovava o recrudescimento da violência institucional imposta pelos generais. O escritor produziu e lançou três romances nos anos de chumbo da ditadura civil-militar, Um cão uivando para lua (1972), Os homens dos pés redondos (1973) e Essa terra (1976), sendo considerado autor revelação no ano de estreia e best seller com a terceira obra. Apesar de temas distintos, os livros tinham em comum enredos com passagens críticas alusivas à situação política do país, inclusive com representações dos crimes cometidos pelas forças da lei, o que aponta para uma produção literária consistente de resistência em tempos sombrios. Apesar disso, as obras não foram censurados, o que possibilitou a circulação de um registro diferente da história oficial propagada pelo governo militar e pela imprensa chapa branca, fato que distingue a obra do romancista como atuante e contrária à violência imposta pelos militares de 64 e, sobretudo, uma literatura arquivo da ditadura. Considerando o contexto nas quais foram escritos e lançados, esta tese analisa os três romances apontando as marcas da repressão no cotidiano e demonstrando as configurações realizadas pelo escritor para deixar registrado o enfrentamento artístico ao autoritarismo e à opressão. Temos como objetivos identificar as estratégias de escrita utilizadas por Antônio Torres para produzir uma ficção de resistência e de oposição à história e ao discurso oficiais e evidenciar o trabalho laborioso do ficcionista com a palavra para não descaracterizar ou ferir a arte literária. Apresentamos e discutimos o cenário de censura aos livros; situamos a produção perene e singular de Torres no contexto de sufocamento explícito da cultura; estudamos os  romances, especificamente os fragmentos alusivos às violências praticadas pelos agentes da repressão e apontamos as estratégias de escrita empreendidas pelo romancista para configurar fato em ficção e escapar da censura. Como base teórica usamos ideias de especialistas na matéria como Chauí (1987), Pellegrini (1992), Dalcastagnè (1996), Bosi (2002), Gaspari (2002), Ginzburg (2010), Reimão (2014), Reis, Ridenti e Sá Motta (2014), Figueiredo (2017), Schwarcz (2019), Seligmann-Silva (2020) e outros, bem como documentos oficiais e jornais e revistas da época. Finalizadas as observações dos livros, foi possível identificar alusões ao modus operandi da polícia política e representações das violências afiançadas pelo regime militar e seus apoiadores e apontar algumas estratégias e recursos romanescos explorados pelo escritor, que nos permitem afirmar que, revelando um trabalho sofisticado com a palavra, os romances estudados propõem reflexões, comprovam possibilidades de representação do fato histórico através do literário e iluminam a importância da literatura como instrumento de resistência simbólica frente ao autoritarismo e suas diversas formas de opressão.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3508522 - SUSANA SOUTO SILVA
Interno(a) - 3060318 - KALL LYWS BARROSO SALES
Interno(a) - 2088016 - CLEYTON SIDNEY DE ANDRADE
Interno(a) - 1293059 - ANA CLARA MAGALHAES DE MEDEIROS
Externo(a) à Instituição - FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER - UFES
Externo(a) à Instituição - MARCELO FERRAZ DE PAULA - UFG
Externo(a) à Instituição - TAZIO ZAMBI DE ALBUQUERQUE - IFAL
Notícia cadastrada em: 01/06/2023 11:26
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