ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESPANHOLA EM UMA ESCOLA
PÚBLICA DE MACEIÓ: UMA PESQUISA-AÇÃO EM TORNO DAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO CRÍTICO E DECOLONIALIDADE
Decolonialidade. Letramento Crítico. Língua Espanhola. Pesquisa-ação.
O ensino da Língua Espanhola como língua adicional, baseado nas perspectivas do letramento crítico e da decolonialidade pode contribui para a formação crítica, reflexiva, questionadora e cidadã dos estudantes. Nesse sentido, a partir desse trabalho, objetivei analisar as minhas experiências como professora/pesquisadora e as vivências dos meus alunos em relação ao ensino e aprendizagem da língua espanhola em uma escola pública da cidade de Maceió-AL, com foco nas práticas de letramento crítico e decolonialidade. Para tanto, elenquei os seguintes objetivos especificos: a) identificar as percepções e o envolvimento dos alunos com as práticas de letramento crítico nas aulas de espanhol; b) refletir acerca das minhas experiências e dos desafios enfrentados na incorporação do letramento crítico e de abordagens decoloniais no ensino de língua espanhola; c) verificar em que medida o trabalho com o letramento crítico e a decolonialidade contribuiu para a transformação crítico-reflexiva dos estudantes; d) avaliar minhas percepções e vivências, enquanto professora/pesquisadora, em torno do processo de ensino-aprendizagem da língua espanhola em uma perspectiva decolonial. A pesquisa está inserida no campo da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2006) e embasada teoricamente na perspectiva do Letramento Crítico (LANKSHEAR; KNOBEL, 1998; SANTOS; IFA, 2013; JANKS, 2010; MENICONI, entre outros) e nos estudos decoloniais (QUIJANO 2005; LANDER, 2005; GROSFOGUEL, 2007; MIGNOLO, 2005; entre outros). A metodologia adotada foi a pesquisa-ação de base interventiva (THIOLLENT, 1986). A partir dessa abordagem, foi possível identificar as problemáticas presentes na realidade estudada, para assim, promover atividades que colaborassem para uma transformação. Os instrumentos de coleta foram: (1) questionário, (2) entrevistas com os alunos participantes, (3) diário de campo, (4) gravações de aulas e (5) produções escritas dos colaboradores da pesquisa. Os resultados parciais revelam que o letramento crítico e a perspectiva decolonial desempenharam um papel significativo, uma vez que os alunos apresentaram uma compreensão mais crítica, por meio da línguagem, da realidade que os cerca, evidenciando-se, por exemplo, práticas questionandoras sobre os discursos dominantes que perpassam temas como: racismo, padrões de beleza, identidade de gênero, entre outros, subvertendo e descontruindo padrões, a partir das aulas de língua espanhola, de estrutras impostas aos sujeitos que, historicamente, encontram-se à margem da sociedade. Ademais, no tocante às minhas experiências enquanto professora/pesquisadora, evidencia-se que a adoção de uma pedagogia decolonial tem contribuído para a ressignificação das minhas práticas em sala de aula, levando-me a um fazer docente político e social expresso pela interculturalidade crítica e uma postura insurgente ao que impõe a colonialidade.