Ambiente alimentar medido e percebido e sua associação com o excesso de peso de crianças residentes em área de vulnerabilidade socia, Maceió-AL, Nordeste do Brasil
Comércios de alimentos; Obesidade; Ultraprocessados.
O ambiente alimentar da região onde a criança vive tem sido cada vez mais relacionado com o estado nutricional infantil. Com isso, o objetivo desse trabalho foi identificar se o excesso de peso de crianças residentes em área de vulnerabilidade social está relacionado ao ambiente alimentar em que as mesmas estão inseridas. Estudo transversal realizado com 649 crianças menores de 5 anos moradoras de aglomerados subnormais do Município de Maceió, Alagoas, Brasil, com análise de 624 estabelecimentos. A maioria dos estabelecimentos tinham venda prioritária de produtos ultraprocessados (68.6%), situação que se assemelha a percepção do ambiente pelas mães das crianças, sendo identificado que 58.4% perceberam o ambiente alimentar da sua vizinhança como sendo menos saudável. Do total de estabelecimentos estudados, 75.0% disponibilizavam balas e biscoito recheado de chocolate nos caixas, e somente 28.2% possuíam a seção de FLV na entrada da loja ao contrário da exposição de guloseimas no caixa que chegava a 63,1%. O excesso de peso foi encontrado em uma elevada prevalência (19.8%) nas crianças estudadas, situação que desperta atenção por conta do elevado acesso aos alimentos ultraprocessados, situação agravada pelo fato de 47.0% das famílias estarem vivendo abaixo da linha da pobreza. O maior número de ultraprocessados e bebidas adoçadas nos estabelecimentos atou como fator de risco para o excesso de peso, enquanto o estabelecimento não ter salgadinho de milho, guloseimas e biscoito disponíveis para venda nos caixas foi um fator protetivo. Destacamos como ponto forte o potencial para reforçar a importância dos determinantes ambientais no contexto do excesso de peso infantil, em especial na população que vive em situação de vulnerabilidade social.