Relação entre carga de treinamento agudo/ crônico e perfil metabolômico em atletas de futebol profissional: uma abordagem prática
Carga de treinamento, ACWR, Carga Externa, Metabolômica, Futebol.
A dinâmica de uma partida de futebol provoca uma alta demanda fisiológica e, assim sendo, é importante que o jogador de futebol desenvolva um alto nível de aptidão física alinhado com total controle das cargas de treinamento (externa e interna). Neste sentido, a razão entre a carga aguda e crônica (ACWR) tem sido utilizada como ferramenta de controle de carga e incidência de lesão em esportes coletivos. Portanto, com o objetivo de investigar se a ACWR pode ser utilizada como ferramenta de predição de estresse metabólico por meio de análise da metabolômica, durante 9 semanas, 40 jogadores profissionais de futebol foram monitorados por aparelhos GPS da marca CATAPULT OPTIMEYE S7 (Catapult, OPTIMEYE S7, Melbourne, Austrália) em sessões de treinamentos e partidas para determinação das cargas externas através da ACWRacoplada e média móvel exponencialmente ponderada. Foram coletadas amostras de urina 24 horas antes e 24 horas após as partidas para determinação da resposta metabólica (carga interna) de cada jogador nos momento pré e pós partida. Os dados brutos coletados foram organizados e analisados usando o software Open Field Console e por meio de rotinas programadas em ambiente MatLab (MathWorks, versão 2018b). As amostras foram analisadas por meio de ressonância magnética nuclear (RMN- metabolômica) para verificação do conteúdo metabólico. Os dados foram analisados por funções estatísticas PCA e PLS-DA para classificar, discriminar e correlacionar os metabólitos e carga de treinamento, para verificar o estado de estresse metabólico pré e pós partida em jogadores de futebol profissional. Os resultados mostraram: 1) cargas mais elevadas no segundo mesociclo (período de 4 semanas) na semana que antecedeu jogos com adversários considerados com nível técnico mais elevado e partidas com caráter decisivo nas métricas de distância total percorrida (4391m) , player load (456 u.a.) e distância em alta intensidade (242m); 2) a ACWR não foi capaz de discriminar o perfil metabolômico dos jogadores quando utilizada as classes de ACWR LOW (<0,8), SWEETSPOT (0,8 – 1,3) e HIGH (.1,3) nos momentos pré e pós para todos os jogadores e partidas e; 3) quando os jogadores foram separados em grupos G1, G2 e G3 a ACWR nos momentos pré e pós jogo demonstrou pequena sensibilidade na separação dos grupos, principalmente nos grupos LOW e HIGH. Concluiu se que a ACWR só foi capaz de discrimnar o perfil metabolômico de jogadores de futebol quando separada por partida e grupos de trabalho (G1, G2 e G3).