Análise do conhecimento dos profissionais da atenção básica em saúde do município de Maceió sobre a avaliação do grau de incapacidade física em pacientes com hanseníase.
Hanseníase. Atenção primária. Incapacidade física
Os principais problemas decorrentes da hanseníase são as incapacidades físicas. Tais incapacidades podem ser permanentes, pois o bacilo de Hansen atinge nervos periféricos, podendo afetar as fibras motoras, sensitivas e autonômicas, tornando os pacientes mais susceptíveis a acidentes, queimaduras, feridas e, até mesmo, amputações, resultando em danos sociais e psíquicos que interferem na qualidade de vida destes indivíduos. O município de Maceió é o recordista absoluto em número de casos novos no Estado de Alagoas. O Ministério da Saúde elaborou recomendações para a avaliação do Grau de Incapacidade Física (GIF) em pacientes hansênicos, a qual deve ser realizada em todos os pacientes em vários momentos: no diagnóstico, a cada três meses durante o tratamento e na alta por cura, utilizando a avaliação neurológica simplificada, composta de testes que avaliam a função neurológica (sensitiva e motora) de olhos, mãos e pés. Contudo, os dados disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde mostram que, nos últimos 10 anos, 15% dos pacientes da capital alagoana não tiveram o GIF avaliado quando diagnosticados. Portanto, foi levantada a hipótese de que os profissionais responsáveis pelo diagnóstico e acompanhamento desses pacientes não possuem os conhecimentos necessários a respeito das recomendações do ministério da Saúde sobre a avaliação do GIF. Esta pesquisa tem por objetivo analisar os conhecimentos desses profissionais quanto à avaliação do grau de incapacidade física em hanseníase. Trata-se de pesquisa quantitativa, observacional, analítica, do tipo transversal. Foi aplicado um formulário próprio envolvendo 24 médicos, 40 enfermeiros e 08 fisioterapeutas em atuação nas Unidades Básicas de Saúde do município de Maceió-AL. Os resultados obtidos até o momento confirmam a hipótese da pesquisa, demonstrando que esses profissionais não possuem conhecimento amplo a respeito da avaliação do GIF.