Atividade leishmanicida in vitro de derivados sintéticos da purpurogalina
Leishmaniose. Derivados da purpurogalina. Doenças negligenciadas.
As leishmanioses são doenças infecciosas, não contagiosas, que tem como agente etiológico protozoários do gênero Leishmania. Trata-se de uma doença com um amplo espectro clínico. Embora seja endêmica em várias regiões do mundo, e considerada um problema de saúde pública em muitos países, observa-se que o arsenal farmacológico existente para a realização do tratamento das leishmanioses é limitado por uma série de fatores, como elevada toxicidade, eficácia variável, resistência adquirida pelo parasita que leva a um aumento na falha do tratamento e longos regimes de tratamento. Posto isso, observa-se que a farmacoterapia existente é muitas vezes insatisfatória, o que torna o planejamento e desenvolvimento de novos fármacos condição imprescindível. Destarte, surge a necessidade de encontrar novos protótipos candidatos a fármacos leishmanicida. Nessa conjuntura, foi descrita na literatura a atividade antineoplásica e antipasitária de uma classe de compostos conhecidos como derivados da purpurogalina, uma benzotropolona natural, que pode ser facilmente produzida de forma sintética em laboratório. Assim, foram testados 8 derivados da purpurogalina com o objetivo de investigar a atividade leishmanicida frente à Leishmania chagasi. Alguns dos derivados testados não demonstraram qualquer efeito prejudicial para a célula hospedeira, com exceção dos derivados IAS 2 e IAS 5. Na avaliação da atividade direta sobre promastigotas de L. chagasi, os derivados IAS 1 a IAS 6 apresentaram efeito máximo (EM) superior a 70% e CI50 inferior a 15 µM. Tais resultados indicam que os derivados IAS 1 a 6, apresentaram atividade leishmanicida significante, in vitro e, portanto, podem ser considerado candidatos a avançar na cadeia de estudos de novos agentes leishmanicidas.