Atividade leishmanicida compostos semissintéticos: uma proposta para novas estratégias no tratamento das leishmanioses
Leishmaniose, Compostos semissintéticos, Novos fármacos.
As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania. Se manifestam através de sintomas variados classificados em dois grandes ramos: agravos tegumentares e agravos viscerais, que no continente americano são associados principalmente a L. amazonensis e L. chagasi, respectivamente, apesar de serem causadas por diferentes espécies ao redor do mundo. São consideradas doenças endêmicas negligenciadas, uma vez que ocorrem principalmente em populações sob vulnerabilidade socioeconômica. A associação da doença com morbidades ou outras doenças infecciosas como AIDS tem grande impacto na duração, intensidade e desfecho da doença, e os tratamentos em vigência estão associados a alto risco de falha terapêutica e toxicidade. Com a busca por melhoramento na farmacoterapia das leishmanioses, são utilizadas pela iniciativa pública das Universidades Federais novas tecnologias como a síntese de fármacos a partir de substâncias bioativas para o desenvolvimento de novos medicamentos. O objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial farmacológico de derivados semissintéticos através da atividade contra L. amazonensis e L. chagasi e da eventual citotoxicidade em macrófagos J774.A1. Foram testados derivados com diferentes grupamentos bioativos conhecidos, como triazol-amino-quinonas e hidrazonas. Os resultados indicaram atividade leishmanicida entre os derivados. Na maioria o perfil de toxicidade se mostrou dependente da concentração. Sugere-se a modificação estrutural de alguns derivados e a seleção dos que podem ser explorados ainda nas maiores concentrações em experimentos subsequentes. O desenvolvimento de novos medicamentos segue como um ramo estratégico do combate às leishmanioses, embora ações conjuntas em outras esferas no âmbito da saúde pública também precisem atuar paralelamente para a erradicação das doenças.