Expressão Diferencial De microRNAs Na Esclerose Lateral Amiotrófica: Uma Revisão Sistemática
Biomarcadores, microRNAs, esclerose lateral amiotrófica.
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva rara e de curso fatal. Os microRNAs (miRNAs) são pequenos RNAs não codificadores que regulam a expressão de genes. Variações no padrão de expressão de miRNAs têm sido descritas e propostas como biomarcadores de algumas condições patológicas, dentre as quais a ELA. Os biomarcadores podem ajudar no diagnóstico precoce ou nos estágios iniciais da doença, bem como de resposta ao tratamento farmacológico, contribuindo para melhorar a expectativa e qualidade de vida dos pacientes. Assim, este trabalho teve por objetivo avaliar o potencial de miRNAs como candidatos a biomarcadores moleculares na ELA através de uma revisão sistemática da literatura. Para isso, foram utilizados os bancos de dados PubMed, Embase, Web of Science e Virtual Health Library de janeiro de 2000 a dezembro de 2020 para identificar, via RT-qPCR, miRNAs diferencialmente expressos em fluidos biológicos (sangue total, plasma, soro, líquor) de pacientes com ELA, quando comparados a voluntários saudáveis (grupo controle). Vinte e cinco artigos foram selecionados, destes 331 miRNAs foram avaliados, sendo que 25 miRNAs foram considerados consistentes (apresentavam a mesma expressão quando avaliados mais de uma vez) e 50 foram considerados inconsistentes (não apresentavam a mesma expressão quando avaliados mais de uma vez). Dos 25 miRNAs consistentes, apenas o hsa-miR-206 estava up regulado, enquanto os hsa-let-7f-5p, hsa-miR-26a-5p, hsa-miR-425-5p, hsa-miR-3665, hsa-miR-1825, has-miR-4530 e has-miR-4745-5p estavam down regulado, e o restante estava inalterado. A análise da via de enriquecimento desses oito miRNAs mostrou que eles estão envolvidos em diferentes categorias funcionais, inclusive a neurodegeneração – um mecanismo subjacente à patogênese da ELA. Assim, os achados acumulados nesta revisão sistemática apontam para alguns miRNAs como prováveis candidatos a biomarcadores da ELA. Entretanto, estudos futuros de triagem, com uma metodologia mais bem definida e homogênea, são necessários por conta da existência de uma considerável heterogeneidade metodológica.