Alterações ontogênicas, imunológicas e comportamentais da exposição ao crack durante o período gestacional
crack;comportamento materno;gravidez;baço;Morte celular.
O crack é a forma cristalina da cocaína que possui alto poder viciante e estimula o sistema nervoso central (SNC). O crack tem ações potencializadas devido às substâncias geradas por sua pirólise, aumentando a biodisponibilidade, a velocidade do metabolismo e a dependência pela droga. O aumento do consumo de drogas psicoativas por mulheres em idade reprodutiva tem gerado muitos desafios nas áreas de saúde e social. O uso de crack por gestantes tem sido correlacionado com maior incidência de fetos prematuros, malformações do SNC e dano celular, bem como alterações no sistema imunológico. O objetivo do nosso estudo foi avaliar os efeitos da exposição gestacional ao crack em ratas grávidas sobre as células da placenta, órgãos imunológicos, comportamento materno e ansioso e desenvolvimento do reflexo sensório-motor. Ratas prenhes foram expostas ao ar ou ao crack (200 mg, por 10 min) do 5º ao 9º dia ou até o final da prenhes. A exposição gestacional ao crack aumentou a morte das células trofoblásticas e reduziu as células viáveis, associada à redução do crescimento dos cones ectoplacentários. Além disso, a exposição ao crack durante a gravidez reduziu o peso relativo do baço, bem como o número de esplenócitos totais e subpopulações de linfócitos T CD8+. Por fim, a exposição ao crack levou a comportamento do tipo ansiogênico e negligência no cuidado materno. Tomados em conjunto, nossos achados fornecem informações sobre as mudanças gestacionais promovidas após a exposição ao crack e dão suporte a futuras intervenções e tratamentos clínicos.