Redes Cômicas: engajamentos e fluxos de significados em torno do meme.
Resumo:
A presente pesquisa busca analisar o Meme por estudantes universitários, através de entrevistas, assim como acompanhamento on-line, e relacionar isto a mudanças estruturais na configuração social atual explorando as diferenças durante a produção, consumo e compartilhamento dos Memes. Consta de uma análise teórica e de um estudo empírico. Na análise teórica, investigamos os elementos fundamentais do humor, da Web 2.0 e dos processos que proporcionaram o engajamento on-line; no estudo empírico, através de entrevistas e observação On-line dos estudantes universitários investigamos os padrões de comportamento pelos quais os Memes são desenvolvidos e vivenciados. Metodologicamente utilizamos inicialmente alguns elementos do pensamento de Norbert Elias para aprofundar a sociogênese dos processos que constroem o Meme; a seguir aprofundamos a análise pela ajuda de Manuel Castells, para problematizar e compreender a formação da internet, a crise da democracia representativa e seus efeitos; uma análise do neoliberalismo é desenvolvida a partir de Foucault, bem como Empoli nos ajuda a aprofundar os mecanismos pelos quais os algoritmos influenciam na formação de extremismos e dependência de reconhecimento nas redes. Com isso problematizamos as noções de consciência prática e discursiva, história, relações de poder, redes de interdependências, posições na partida, jogos e suas regras, reflexividade e figurações. Dessa forma, tentamos reelaborar a discussão de modo que abarque tanto o movimento interacional como a dinâmica das transformações dos processos sociais que cercam a experiência humana em torno do Meme e sua relação com a subjetividade e gramáticas morais diversas, numa metodologia cíclica que parte da observação macro para micro e vice versa, observando os padrões que se repetem nessas dimensões. Por fim procuramos encontrar conexões entre o jogo de ocultamento e revelação e as variáveis classe, idade, e reflexividade dos Universitários, assim como corpo e monitoramento da reflexividade se interdependem numa relação contraditória em que as emoções tornam o Meme um modo de comunicar mais palatável, mesmo em relação a gramáticas morais divergentes, contribuindo para entender por que o modo de comunicar pelo Meme é uma das principais maneiras de expressão do início do século XXI.
Palavras-chave: Meme; Reflexividade; Web 2.0; Engajamento.