O ESTATUTO DO RECONHECIMENTO E O RECONHECIMENTO IDEOLÓGICO NA TEORIA CRÍTICA DE AXEL HONNETH
Reconhecimento Ideológico. Teoria Crítica. Teoria do Reconhecimento. Axel Honneth.
Este estudo buscou analisar a problemática do “reconhecimento ideológico” na versão da Teoria críticana qual se ancora a Teoria do reconhecimento de Axel Honneth, tanto em relação às críticas que ele, ao fundar a sua concepção, dirige aos seus predecessores quanto às críticas que recebe de seus interlocutores contemporâneos. As reflexões realizadas debruçaram-se sobre as especificidades de uma das distorções do reconhecimento –o reconhecimento ideológico –, o qual, ao invés de ampliar os horizontes dos sujeitos, contribui para fortalecer o processo de sua submissão e dominação. O trabalho resultou de uma pesquisa sistemática de natureza diacrônica, interessada na apreensão de mudanças e processos sociais subjacentes às distintas temporalidades da crítica à ideologia no âmbito da Teoria Crítica. Como abordagem, privilegiou-se o uso de uma “reconstrução descritiva”, que possibilitou evidenciar aspectos, presentes no próprio cerne da teoria analisada, como indícios (em níveis teóricos e metodológicos) de potenciais respostas às críticas que recebe. Embora à crítica da ideologia possua lugar de centralidade na produção teórica dos estudiosos frankfurtianos da primeira e segunda geração, na obra de Axel Honneth tal problemática não parece ganhar maior relevo que não espaços tangenciais como respostas às críticas diretas que são dirigidas à sua primeira versão teórica. Situação que muda consideravelmente em um segundo momento da produção honnethiana, onde é possível ver indícios de que há um esforço do autor em abordar problemáticas em que o tema da ideologia é transversalizado. Na busca pela compreensão de como o Axel Honneth considera as contradições, tensões, desafios e dilemas implícitos nos horizontes de seu projeto teórico, constatou-se que a conexão da temática da ideologia em sua obra surge com os interesses mais recentes deste em analisar as patologias sociais, a reificação e os paradoxos sociais, em conexão com momentos específicos das sociedades contemporâneas.