ANÁLISE SOBRE O LUGAR DA SOCIOLOGIA NOS REFERENCIAIS CURRICULARES DOS ESTADOS BRASILEIROS PÓS REFORMA DO ENSINO MÉDIO
Referencial curricular. Novo Ensino Médio. Componente curricular de Sociologia.
Essa pesquisa de mestrado consiste em uma análise documental de caráter descritiva e exploratória e possui como objetivo geral compreender o lugar da Sociologia nos referenciais curriculares elaborados por estados no Brasil para a implementação da reforma do Ensino Médio. Sabe-se que a trajetória do componente curricular de Sociologia no currículo da Educação Básica é marcada por certa instabilidade diante das reformas curriculares no Brasil em diferentes contextos históricos. A mais recente reforma implantada através da Lei nº 13.415/2017, alterou a LDB e estabeleceu que o currículo do Ensino Médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos. Mais uma vez a presença da Sociologia no Currículo sofre alterações em suas configurações disciplinares. A partir da reforma, o currículo do Ensino Médio passa a conter “estudos e práticas” de Sociologia. A mudança de caráter disciplinar do componente de Sociologia representa sua diluição e redução no currículo. Diante de tantas mudanças na estrutura curricular, nosso problema de pesquisa concentrou-se na seguinte questão: Como os conhecimentos das Ciências Sociais estão estruturados enquanto componente curricular de Sociologia nos referenciais curriculares aprovados para o Novo Ensino Médio? Buscou-se identificar a forma como os conteúdos do componente curricular de Sociologia estão mobilizados em cada referencial, analisar as competências e as habilidades descritas para a Sociologia e por fim descrever como foi elaborada a relação entre os estudos sociológicos e o território em cada referencial curricular pesquisado. Nosso referencial teórico centra-se na teoria educacional crítica mais geral a partir das contribuições de Jean-Claude Passeron e Pierre Bourdieu como também nas teorias críticas do currículo, através das contribuições de Michael Young, Michael Apple, Gimeno Sacristán, John Franklin Bobbit, Ralph Tyler, Ivor Goodson, Moreira e silva, Jean Claude Forquim, e John Dewey. A hipótese testada consistiu na seguinte: Tendo em vista a diversidade política, econômica e social dos estados brasileiros, acredita-se que ocorreu variações nas propostas estabelecidas para o componente curricular de Sociologia nos referenciais recém aprovados para o Novo Ensino Médio. Os documentos normativos analisados na pesquisa foram: LDB, DCEM, PCNs, PCNs+ OCEM, BNCC e os 27 referenciais curriculares elaborados nos 26 estados e no Distrito Federal para nortear o Novo Ensino Médio.