SEJA O SEU PRÓPRIO CHEFE? Um estudo sobre a implementação da política Juventude Empreendedora no estado de Alagoas
Juventude Empreendedora, informalidade, CAGED Alagoas, acumulação flexível.
Este trabalho objetiva pesquisar por que o governo de Alagoas apostou na implementação da política Juventude Empreendedora como a melhor alternativa para inserir os jovens de baixa renda no mercado de trabalho. Em 2016, ela começou a ser executada nos municípios do estado pela Secretaria de Trabalho e Emprego. Sua meta é capacitar os jovens de baixa renda, com idades entre 18 e 39 anos, a montar negócios próprios. A chance de participar dessa política pode oportunizar o desenvolvimento profissional de muitos jovens, é importante apontar os benefícios da sua implementação. Entretanto, também é necessário discutir o contexto social brasileiro que tem empurrado cada vez mais jovens para alternativas de trabalho precárias como a informalidade, uberização, intermitência e terceirização. Por considerar essas contradições, esta pesquisa pretende utilizar os dados publicados pela Secretaria do Trabalho para explicar o que é a política Juventude Empreendedora, quais são os seus objetivos, regras e planos de ação. Em seguida, analisar a variação da oferta de empregos formais em Alagoas que é descrita de 2003 até 2016 por relatórios publicados pelo Observatório do Trabalho. Os dados do IBGE, entrevistas e notícias sobre o desemprego em Alagoas servirão para complementar as análises. A hipótese é que o governo alagoano incorporou os ideais e planos de ação da acumulação flexível que segue em curso no Brasil desde a década de 1990. Além disso, considera-se que no período analisado houve uma queda na oferta de trabalhos formais, aumento do número de desempregados e isso também impulsionou a execução da política Juventude Empreendedora. Acompanhando a tendência do Brasil afetado pelo neoliberalismo e sucessivas reformas trabalhistas.