A Exclusão dos Marginalizados: Sociabilidade Escolares e Criminais Entre Alunos da (EJA) em Alagoas
Educação; EJA, Crime; Exclusão, Mercados ilegais.
A presente dissertação tenta compreender num contexto de interseccionalidade entre escola-periferia, os sentidos produzidos nas ações de alunos da EJA e seus percursos de sociabilidades nas malhas dos tecidos sociais de cidades do interior de Alagoas. Esses agentes sociais pobres, pardos, negros e periféricos participam de coletivos criminais que lhes dão abrigo, afeto, seguro e subsistência. Nestes percursos de tramas sociais, problematizo de que forma se constitui dentro e fora da escola a relação de exclusão-marginalização desses alunos. Através de uma bricolagem cultural concatenada pelo conflito, assédio moral, exploração sexual e exposição dos seus corpos ao trabalho nas biqueiras e pela violência vivenciada na escola e na comunidade, esses agentes desenvolvem suas agências. Utilizei durante a pesquisa diversas estratégias metodológica para coleta de dados, observação participante, entrevistas, diálogos formais e informais com os interlocutores que me ajudaram a construir esse trabalho. Além dessas estratégias que foram fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa, minha experiência enquanto profissional da educação e sujeito que transita pelas margens sociais da marginalização-exclusão nas cidades do interior de Alagoas, redirecionei meu olhar para demonstrar nessa pesquisa como esse fenômeno social continua invisibilizado. Durante o campo, algumas memórias de juventude me aproximam dos interlocutores e me faz refletir sobre os achados. Uma técnica fundamental para manter o vínculo na relação de colaboração e ganhar a confiança dos interlocutores, foi contar para eles minha trajetória pessoal enquanto sujeito excluído-marginalizado que se assemelhava em alguns pontos, a trajetória social de meus interlocutores “Eu Via-me neles”. Todavia, percebo gradativamente durante o campo que os caminhos que formaram as periferias em Alagoas, ainda, continuavam se expandindo através de um quadro sociológico de acumulo social de desvantagens que se configuravam em torno de outras dinâmicas sociais que começaram a emergir em Alagoas com a chegada dos regimes faccionais. Instalando-se nas periferias da capital alagoana em na primeira década dos anos 2000 e tempos depois em cidades do interior de Alagoas, modificando os percursos de vida de adolescentes-jovens de cidades do interior de Alagoas.