O ENSINO DA HISTÓRIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA A PARTIR DAS MOBILIZAÇÕES SOCIAS (1988-2012)
Esta pesquisabusca compreendercomo está sendo ministrado o ensino da história da cultura afro-brasileira e indígena a partir das mobilizações sociais (1988-2012). Neste sentido, procurará conhecer a interação existente entre os sujeitos e as ferramentas didático-pedagógicas, a legislação vigente que trata a temática, os planejamentos curriculares dos professores, bem como o seu processo de formação, a valorização docente, os preconceitos raciais, como também as mobilizações sociais que dão suporte para as conquistas dos afro-brasileiros e indígenas no Brasil. Para tanto, serão pesquisadascinco escolas estaduais, que lecionam o ensino médio regular, pertencentes a 3ª Gerência Regional de Ensino. São elas: Almeida Cavalcante, Antônia Macêdo, Indígena Alfredo Celestino, Manoel Passos e Monsenhor Macêdo, pertencentes à zona rural e urbana do Município de Palmeira dos Índios – AL. A escolha das referidas escolas se justifica por existir nas mesmas, expressivo número de alunos afro-brasileiros e indígenas matriculados.A metodologia empregada neste trabalho consiste na revisão bibliográfica de autores que tratamtanto o ensino de história como atemáticaafro-indígena, tais como: Monteiro [et al.]. (2014): “Pesquisa em Ensino de História” à qual defende a escola pública como lugar de distribuição e de democratização de bens culturais; Biccas e Freitas (2009): “História Social da Educação no Brasil (1926-1996)”, aborda a trajetória da escola pública no Brasil; Gasparello (2004): “A Pedagogia da nação nos livros didáticos da escola secundária brasileira”, demonstra interligação entre o ensino de história e os livros didáticos;Circe Bittencourt (2018): “Ensino de História: fundamentos e métodos”, apresenta sugestões de práticas em sala de aula; Martha Abreu, Rachel Soihet e Roberta Gontijo (Orgs.) - (2007): “Cultura política e leitura do passado: historiografia e ensino de história”, destaca a construção das expressões culturas históricas; GRUPIONI e Aracy Lopes (orgs.) – (1995): “Temática Indígena na Escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus”, retrata a importância do convívio na diferença; Macedo (2008): “História da África”, fornece uma visão de conjunto da história africana; Guimarães (2012):“Didática e prática do ensino de história: experiências, reflexões e aprendizados”, analisa as dimensões do ensino de história como tema central na formação docente; Gohn (2011): “Movimentos Sociais na Contemporaneidade”, destaca a relação entre os movimentos sociais e a educação.Ainda serãoanalisados os Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs) das Universidades públicas (UNEAL e UFAL), formadoras de professores das disciplinas história, artes e literatura e os Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) das escolaspesquisadas. Também, serão utilizadas entrevistas semi-estruturadas e aplicação de questionários.As conclusões parciaisda pesquisa sinalizampara anecessidade de minimizar as distâncias entre aacademia e as escolas da educação básica, tornando mais acessível a utilização de livros e materiais didáticos que contemplema realidade local.A respeito do processo de formação de professores é fundamental destinar mais recursos às escolas e universidades, bem como àprópria formação dos mesmos, dando-lhes oportunidade de formação continuada. Avalorização docente precisa ser pensada como investimento em educação, pois não se concebe um ensino de qualidade quando o professor, para ter uma vida mais digna, se submetea jornadas extensas de trabalho, podendo comprometer o seu rendimento em sala de aula.A pesquisa, o ensino e a extensão, com autonomia da prática docente, são elementos norteadores para que a escola pública avance na socialização dos saberes. Espera-se que este trabalho suscite novas pesquisas em ralação ao ensino da história da cultura afro-brasileira e indígena, como também contribua para a desconstrução dos preconceitos ainda presentes na sociedade brasileira.
Cultura afro-indígena. Ensino.História. Mobilizações sociais.