"Corpos para outros": a contrução histórica da maternidade em Honduras (1927-1948)
Mulheres, Mães, Feminismos, Gênero.
A construção histórica da maternidade em Honduras de 1927-1948, personifica o discurso de que a maternidade é moldada por dispositivos de controle que regulam a vida das mulheres em direção à função maternal. Esse processo é consolidado por meio de práticas discursivas mediadas por instituições sociais como a família patriarcal e outras subjetividades que mantêm o regime cis-heteropatriarcal. Ele é solidificado por dispositivos que exercem controle sobre os corpos femininos e perpetuam a maternidade como norma institucional, incluindo a religião, o sistema de saúde e a segurança nacional para o controle dos corpos. As principais fontes de análise para esta pesquisa incluem a Revista Celajes de orientação religiosa católica, a Revista da Polícia, revistas produzidas por mulheres, o Boletim Sanitário e outros jornais da época. Este estudo está enquadrado na teoria feminista, adotando uma perspectiva interseccional, que problematiza diversas categorias de análise, como classe, raça, sexualidade e gênero. A metodologia utilizada baseia-se na análise do discurso como uma ferramenta para compreender as relações de poder. A cronologia da pesquisa abrange desde 1927, ano em que o Dia das Mães foi instituído em Honduras, até 1948, ano em que termina a ditadura de Tiburcio Carias Andino, que governou o país por 16 anos, de 1933 a 1948. Durante este período, foram implementadas medidas coercitivas e de controle social que restringiram a autonomia das mulheres, influenciando suas ideias e ações, e submetendo-as ao domínio da ditadura.