Entre súditos e oficiais régios: usos políticos e econômicos da Mata Atlântica na Comarca das Alagoas (1789-1799)
As últimas décadas do setecentos em Alagoas foram marcadas pelo avanço da valorização do mundo natural, realizada na esteira do reformismo ilustrado luso-brasileiro. A ideia de que a exploração dos recursos naturais poderia promover o fortalecimento político e econômico de Portugal despontou em decisões administrativas que tentavam garantir o exclusivismo real na extração vegetal. Este trabalho se propõe a analisar como a Coroa portuguesa e os habitantes ao sul da Capitania de Pernambuco interagiram com os espaços florestais da Comarca das Alagoas entre os anos de 1789-1799. Dessa maneira busca-se compreender como o poder régio através de seus oficiais, o governador D. Tomás José de Melo e o ouvidor José de Mendonça de Matos Moreira, foram responsáveis por elaborar arranjos políticos que visavam administrar as matas, como foi o caso da criação da Conservadoria das Matas da Comarca das Alagoas. Além disso, a pesquisa busca evidenciar de que maneira os agricultores, os beneficiadores das madeiras, os senhores de engenho, a indústria naval particular e real disputaram os vegetais da região em estudo.
Comarca das Alagoas; José de Mendonça; Conservadoria das Matas; administração florestal.