ANÁLISE SOCIOECONÔMICA DE ALAGOAS: FONTES E HISTÓRIA SOBRE O ALGODÃO E A INDÚSTRIA TÊXTIL, 1850-1915
Historiografia; algodão; indústria têxtil; Alagoas.
A historiografia alagoana deu precedência ao açúcar. Outros produtos fizeram parte nessa contribuição, contrariando a supremacia açucareira. O algodão foi um dentre outros gêneros que coadjuvou nossa a estruturação histórica. Passando de um simples gênero nos séculos XVI, XVII para indispensável artigo de exportação nos séculos XIX e XX, atingindo a mesma escala do açúcar. O algodão transferiu riqueza, prosperidade e desenvolvimento como nunca visto antes. Cidades sem nenhuma entonação floresceram, outras se ergueram tendo como sustentáculo a fibra branca. Transformou os meios de condução e comunicação, através dos trilhos de ferro e a navegação a vapor, potencializando o comércio alagoano. Seu ápice foram as indústrias têxteis como a União Mercantil, pioneira na província. Mais tarde, surgem a Companhia de Fiação e Tecido, e Progresso no município Santa Luzia do Norte, ambas comandadas pelo comendador Teixeira Bastos. Existiu a Penedense, Pilarense, Miguelense e a Agro Fabril Mercantil, conhecida como Fábrica da Pedra, idealizada por Delmiro Gouveia. Esses empreendimentos dissiparam o pensamento de classe entre os tecelões que, a partir do final do século XIX e início do XX, pleiteavam melhores condições de trabalho, aspecto inédito no mundo açucareiro alagoano. O algodão também proporcionou o progresso, além das fronteiras de Alagoas, fazendo surgir verdadeiros empórios da fibra, como: Maranhão, Ceará, Paraíba, e Pernambuco, no Norte e São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais no Sul.