Comarca das Alagoas; Sociedade colonial; O clero;
Cotidiano.
A constituição eclesiástica era uma ordem sobre a qual a Igreja Católica foi
organizada. Havia os seus representantes eclesiásticos que “dominavam” uma
determinada parcela urbana ou rural de uma região. A partir de 1712, estabeleceu-
se a dimensão da Comarca das Alagoas, mas não havia uma diocese própria,
estando a mesma dependente do sistema religioso instaurado em Olinda, sede do
Governo da Capitania de Pernambuco. Assim, percebeu-se um olhar mais aguçado
na categoria dos religiosos locais: bispos, párocos e vigários. A instituição e/ou os
personagens remeteu-se a ideia de que estes representavam a autoridade
“espiritual” porque estava ligado à disciplina das “almas” de cunho administrativo e
doutrinário, uma vez que a monarquia lusitana, em sua essência, tinha como
característica ser católica. A presente pesquisa visa trabalhar com a História Social
especificamente os eclesiásticos estariam inseridos e entendidos dentro da lógica
administrativa do mundo colonial e passaram a compor uma perspectiva de atuação
da formação social fixando-se no litoral “alagoano” e expandindo-se pelas três
principais localidades da Comarca: Porto Calvo, Penedo e Alagoas do Sul. O objeto
de estudo é o clero na comarca das Alagoas e a prática do seu cotidiano, refletindo
e aproximando das suas experiências vividas, considerando as dinâmicas de
comportamentos do clero secular inclusive as denominadas “práticas incomuns” no
cotidiano “alagoano” colonial. Outrossim, compreender a inserção dos eclesiásticos
na estrutura do cotidiano local a partir do uso da estrutura administrativa clerical
proposta pela Igreja e Monarquia portuguesa na Comarca das Alagoas nos anos de
1712 a 1807, no intuito de mapear sua integração no território e seus mecanismos
de intersecção com as estruturas sociais da América portuguesa.