GUERREIRO: PATRIMONIO CULTURAL IMATERIAL OU INVISÍVEL?
guerreiro alagoano; cultura popular; patrimônio imaterial; folclore;
manifestações culturais.
O Guerreiro alagoano, auto que compõe o ciclo de comemorações populares natalinas,
é uma das manifestações mais conhecidas de Alagoas, com seu icônico chapéu em formato de
igreja adornando diversos espaços públicos e privados na cidade de Maceió. Contudo,
Mestres e Mestras costumam clamar por valorização do poder público e da sociedade,
ressentindo-se da falta de interesse dos mais jovens, de atrasos nos pagamentos de cachês, da
ausência de espaços para ensaios, da burocracia para que possam aderir a editais como os das
Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. E todas essas queixas acontecem mesmo após a titulação
do Guerreiro como Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas em 2019, fato que deveria
significar, em tese, uma comprovação solene de um reconhecimento real. Desta forma, surge
a pergunta: o que significou o registro de Patrimônio Imaterial para o Guerreiro Alagoano? O
objetivo desta dissertação foi o de analisar o impacto do registro do Guerreiro como
Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas para os grupos e como tal registro pode ter
influenciado a valorização, a renovação e a permanência do folguedo, não apenas como
representação de cultura popular, mas como parte do patrimônio cultural alagoano. A
metodologia utilizada nesta pesquisa baseou-se na consulta de fontes textuais, incluindo
bibliografia voltada para o embasamento teórico, outros trabalhos acadêmicos, matérias
jornalísticas colhidas em jornais e na internet e bibliografia referente ao folclore, cultura
popular e patrimônio Imaterial; fonte audiovisuais, como fotografias colhidas em
apresentações in loco, na bibliografia consultada e na internet, além de áudios e vídeos
disponíveis online; fontes orais colhidas através de entrevistas semiestruturadas, realizadas
entre os anos de 2021 e 2023. O presente trabalho buscou exercitar um novo olhar sobre a
trajetória do Guerreiro alagoano, desde o seu desenvolvimento histórico, no início do século
XX, até os dias atuais, trazendo reflexões sobre seus simbolismos, os significados de seus
personagens, suas práticas, suas representações e seu lugar na gênese da cultura e da
identidade alagoana.