Banca de DEFESA: EDCARLA MELISSA DE OLIVEIRA BARBOZA



Uma banca de DEFESA DE MESTRADO foi cadastrada pelo programa.

DISCENTE: EDCARLA MELISSA DE OLIVEIRA BARBOZA
DATA: 16/03/2020
HORA: 10:00
LOCAL: Sala 33 do Instituto de Psicologia/UFAL
TÍTULO:

Quando não há acontecimento: a defesa contra os efeitos do real


RESUMO:

A presente pesquisa investiga a ausência do acontecimento e sua relação com a defesa contra o real sem lei. Partimos de uma problemática evidenciada na clínica, que reverbera na esfera política, acerca de determinadas situações que, embora demonstrem potência transformadora de uma dada realidade, ou seja, demonstrem a possibilidade de inscrever um acontecimento, acabam resultando em seu efeito oposto. Trata-se de uma pesquisa teórica em psicanálise, que estabelece um diálogo com o campo da filosofia e da política. Considerando que quando não há acontecimento, não há possibilidade de emergência do real, pois este acontece enquanto efeito de um acontecimento, propomos investigar possíveis mecanismos que impeçam a emergência do real. Abordamos a passagem da paixão pelo real vivida no século XX àmorte dessa paixão, que se desenha no modo niilista como se passou a encarar a vida. Tal configuração é expressa na forma como se configura a razão neoliberal, marcada pelo imperativo do Um identitário e por dispositivos de defesa contra tudo que é da ordem do indeterminado, e, portanto, do real. Dessa forma, de Pascal a Lacan, discutimos a posição de resistência que o homem assume diante da indeterminação que o constitui, criando estratégias diversas que impedem a inscrição de um acontecimento. A fim de compreender o conceito de acontecimento, realizamos uma investigação a partir da teoria de Alain Badiou, abordando o caráter de indeterminação próprio ao acontecimento e a produção de processos de verdade, sujeito e novidade que dele resultam. Identificamos que a ausência do acontecimento não se limita à racionalidade neoliberal, tampouco aos efeitos que a paixão pelo real causou. Discutimos isso através da análise de conjuntura que faz Marx do império de Luís Bonaparte e a restauração da monarquia em plena insurgência proletária francesa. A análise de Marx permitiu pensar que os elementos favoráveis à restauração da monarquia, fracasso da revolução proletária, e, portanto, da ausência de acontecimento, não se resumem à uma imposição de poder. Nesse ponto, recorremos à Freud, a fim de considerar que processos libidinais inconscientes coletivos e individuais favorecem a adesão a regimes totalitários e, com isso, impedem a produção do acontecimento e do real que dele pode emergir.


PALAVRAS-CHAVE:

psicanálise, acontecimento, real


PÁGINAS: 109
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2088016 - CLEYTON SIDNEY DE ANDRADE
Externo(a) à Instituição - GUILHERME MASSARA ROCHA - UFMG
Externo(a) à Instituição - MÁRCIA ANGELITA TIBURI - PARIS VIII
Interno(a) - 1560350 - SUSANE VASCONCELOS ZANOTTI
Notícia cadastrada em: 20/02/2020 15:37
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