A COMPREENSÃO DE PROFISSIONAIS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR
Este projeto pretende discutir a compreensão de profissionais no contexto da vivência de atendimento a demandas de violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes e as estratégias de enfrentamento desse problema por meio da rede de políticas públicas de proteção. Por muito tempo, crianças e adolescentes não foram vistas como sujeitos de direitos, mas com os avanços constitucionais e legais que geraram uma série de direitos e diretrizes para a infância e adolescência hoje, é possível perceber que a organização social e a mudança sócio-histórica descontruíram ideais anteriormente arraigados a noção de infância, contudo, esses avanços não foram suficientes para que a violência intrafamiliar deixasse de existir. Considerando que esse tipo
de violência é um cenário que cercou a história infanto-juvenil desde o período colonial e estabeleceu por um longo período a forma como os relacionamentos entre pais e responsáveis se constituíam, é importante refletir sobre a carga histórica, cultural e social que até hoje influenciam os modos de viver de famílias, bem como as práticas de violência que ao logo do tempo se adaptaram. É improvável que se estabeleça apenas uma causa para a violência intrafamiliar, pois, estamos nos referindo a um problema de alta complexidade, formado por traços que vão desde a ausência de direitos desse grupo, as concepções de infância, bem como as práticas de educação de pais para com os filhos. No entanto, essa violência é caracterizada por toda e qualquer forma
de agressão acometida por familiares e pessoas que possuam um parentesco numa relação de poder sobre a criança e/ou adolescente, que dificilmente é identificada ou denunciada. Por esse motivo, pelo ideal de família como um espaço de proteção, essa demanda torna-se cada vez mais complexa e exige dos profissionais uma sensibilidade muito maior no que se refere ao seu combate. O enfrentamento desse problema requer medidas protetivas imediatas, atendimento psicossocial, bem como a articulação e integralidade das ações e intervenções através das políticas públicas disponíveis no território. Por isso, é de extrema importância que profissionais da assistência social, educação, saúde e demais redes estejam cientes do que vem a ser essa violência, da gravidade dessa problemática, atentos para poder identifica-las e saibam principalmente como agir diante da
demanda. Portanto, conhecer a perspectivas desses profissionais frente a essa demanda torna-se fundamental para esse estudo.
Crianças e Adolescentes, Violência intrafamiliar, Família, Políticas públicas, Rede de proteção.