Banca de DEFESA: KATHLEEN CAROLINE DE LIMA CARLOS



Uma banca de DEFESA DE MESTRADO foi cadastrada pelo programa.

DISCENTE: KATHLEEN CAROLINE DE LIMA CARLOS
DATA: 30/10/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Webconferência
TÍTULO:

Análise de Redes Sociais e crenças sobre o preconceito e a discriminação racial no Brasil:
um diálogo possível


RESUMO:

Este trabalho teve como finalidade analisar as crenças relacionadas ao preconceito e a
discriminação racial nas redes sociais online (RSO) no contexto brasileiro, utilizando-se do
método da Análise de Redes Sociais (ARS) aplicado ao espaço virtual online do Facebook.
O preconceito e a discriminação racial foram investigados a partir do mapeamento e
discursos produzidos na página @sitemundonegro do Facebook. Três estudos foram
realizados para efetivar os objetivos propostos. O primeiro estudo fundamentou esta
pesquisa ao apresentar uma revisão sistemática da literatura com o objetivo de compreender
em que medida a ARS pode auxiliar os trabalhos produzidos pela Psicologia brasileira e o
estudo das crenças. Neste estudo foram analisadas cinco bases de dados, utilizando o termo
“análise de redes sociais”. Em seguida, realizou-se um recorte dos resumos para construção
do corpus, submetido à análise quantitativa de dados textuais com auxílio do software
Iramuteq. A partir da classificação hierárquica descendente (CHD), emergiram três classes:
classe 1, produção e conhecimento; classe 2, ferramenta de investigação; e classe 3, objeto
de aplicação. As principais conclusões demonstram que a ARS é uma metodologia pouco
utilizada no Brasil e nas produções da Psicologia, apresentando-se como uma área de
investigação de caráter promissor e potencial. O estudo das crenças, atitudes e
comportamento é prevalente, somente, nas produções que estudam redes sociais na internet,
o que demonstra a dimensão desse vasto campo inexplorado. No segundo estudo, a
finalidade foi produzir, a partir da aplicação da ARS na página @sitemundonegro no
Facebook, um mapeamento das informações sobre o preconceito e discriminação racial que
circulam nos espaços virtuais online, apresentando uma introdução à metodologia de
pesquisa digital à luz da Psicologia Social. Para isso, foram aplicados softwares de extração

(Netvizz) e visualização (Gephi) de dados em RSO, a partir da ARS e das métricas in-
degree, out-degree, closeness e betweness. As principais conclusões demonstraram que as

RSO compõem o centro das atividades online, elevando o potencial de ligações humanas
ao mesmo tempo em que favorecem o domínio de grandes empresas tecnológicas e seus
interesses econômicos, facilitando a manipulação do tecido social através de ferramentas
algorítmicas. Com o mapeamento da rede foi possível evidenciar o aumento do diálogo a
respeito da temática do preconceito e da discriminação racial. A interação entre páginas foi
capaz de formar um campo privilegiado de visibilidade e ressignificação do negro no Brasil,

fortalecendo a identidade negra e produzindo novas subjetividades através das relações com

outros indivíduos negros. O último estudo elaborou um levantamento dos discursos
produzidos a partir da ARS aplicada aos espaços virtuais online da página
@sitemundonegro no Facebook. Os dados foram coletados por meio do software Netvizz e
transformados em corpus textual para serem submetidos à análise pelo software Iramuteq.
A partir da Classificação Hierárquica Descendente (CHD) emergiram 2 classes: a classe 1,
atitudes e comportamentos de enfretamento do preconceito racial e a classe 2, visibilidade
e ressignificação do negro. As principais conclusões indicaram que a presença de crenças
racistas no Facebook, porém, com uma prática sutil, velada, cordial e à brasileira. O
fenômeno do netativismo demonstrou a crescente participação e envolvimento dos usuários
em mobilizações sociais no espaço online enquanto tentativa de busca por justiça social e
enfrentamento do preconceito e discriminação racial na interface digital. Houve também, o
fortalecimento e valorização da identidade social dos negros. Os resultados desta
dissertação são inéditos na literatura brasileira e podem contribuir para o estudo das crenças
relacionadas ao preconceito e a discriminação racial no ciberespaço, e também, com
métodos de pesquisa digital em RSO.


PALAVRAS-CHAVE:

Análise de Redes Sociais; Crenças; Preconceito; Psicologia; Facebook.


PÁGINAS: 68
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia

MEMBROS DA BANCA:
Interno(a) - 1065335 - LEOGILDO ALVES FREIRES
Externo(a) à Instituição - MARCOS EMANOEL PEREIRA - UFBA
Presidente - 1449933 - SHEYLA CHRISTINE SANTOS FERNANDES
Notícia cadastrada em: 14/10/2020 05:29
SIGAA | NTI - Núcleo de Tecnologia da Informação - (82) 3214-1015 | Copyright © 2006-2024 - UFAL - sig-app-3.srv3inst1 29/04/2024 09:02