Subjetividades e cidade: pistas da especulação imobiliária no cotidiano urbano de Maceió (AL).
Cidade, subjetividades, imagem crítica, especulação imobiliária
A cidade de Maceió, na atualidade, enfrenta algumas questões mais evidentes de caráter bastante complexo quanto à relação que constituímos com o território. Uma delas, refere-se à especulação imobiliária e seus impactos na região do litoral norte e bairros costeiros. Dentre eles, a Garça Torta, parte da cidade que experimenta forte incremento imobiliário, e é composto por uma comunidade tradicional pesqueira. Na pesquisa, tomamos como ponto de partida esse contexto de território para problematizar o cotidiano urbano da Garça Torta, atravessado pela especulação imobiliária. Buscamos produzir algumas pistas desse cotidiano urbano especulado, as quais nos ajudem a interpelar quais modos de existir se articulam nesse espaço, assim como quais formas de resistência se constituem nos diferentes jeitos de vivenciar a cidade. Metodologicamente, pretende-se fazer isso a partir de andanças no bairro para a construção de um plano de experiência, ao mesmo tempo em que apostamos na imagem como ferramenta analítica e político- metodológica. Para tanto, trabalhamos com a categoria de "imagem crítica" desenvolvida por George Didi-Huberman como instrumental epistemológico e analítico para as andanças, além de outras companhias de leitura como Walter Benjamin, Jacques Rancière, Silvia Cusicanqui e Michel de Certeau. Esses escritos nos ajudam a pensar na potência da imagem e do cotidiano como fenda temporal de oportunidade, a perceber outras formas de nos colocarmos diante do vivido (da história). Nesse caso, de vivenciar a cidade de umoutro jeito, como ato subversivo mesmo.