Psicologia em Movimento: provocações e alianças entre psicologia e MST para o cuidado integral em saúde mental do campo
Psicologia política, MST, saúde mental, população do campo, decolonialidade.
A psicologia brasileira é eminentemente urbana, com suas origens embebidas nas fontes europeias e marcada por parâmetros coloniais que não alcançam a complexidade da nossa realidade. Sua inserção no contexto rural é recente e apesar dos avanços, a atuação das/os psicólogas/os ainda é pautada no modelo hegemônico, apresentando problemáticas e desafios a serem superados para o cuidado integral em saúde mental do campo. O presente estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa e tem como referência metodológica a noção de metodologias colaborativas não extrativistas. O objetivo geral da pesquisa é analisar as contribuições da Rede de Saúde Mental do MST para a psicologia e, mais especificamente, identificar as práticas ofertadas pela Rede, compreendendo os desafios da psicologia para o cuidado integral em saúde mental do campo. Para isso, a presente pesquisa utilizará instrumentos observacionais e interativos: processo grupal, diário de campo e entrevistas narrativas. O estudo propõe-se em cinco etapas: 1) levantamento bibliográfico e revisão sistemática; 2) apresentação do projeto de pesquisa à Rede de Saúde mental do MST; 3) processos grupais e entrevistas narrativas; 4) análise dos processos da pesquisa; 5) debate dos resultados e produção de novos caminhos, que serão desenvolvidas a partir do encontro e diálogo com o coletivo de 20 psicólogas/os ativas/os da Rede. Propõe-se um exercício de inversão do olhar, no sentido de pensar como a aliança com os movimentos sociais e populações do campo pode contribuir para uma psicologia decolonial, politicamente territorializada e popular, colaborando para a solidificação de práticas de cuidados em saúde mental críticas e contextualizadas no campo, conforme preconizado pela PNSIPCFA.