A constituição da parentalidade na adoção tardia
Parentalidade; vínculo parento-filial; adoção tardia; Winnicott.
Um processo de adoção tardia envolve necessidades peculiares de cada indivíduo e representações de suas histórias psíquicas, que refletem diretamente na relação a ser estabelecida. As situações de rompimentos de vínculos, rejeições, negligências e violências vivenciadas pela criança influenciam de forma significativa no desenvolvimento da relação parento-filial. A constituição da figura de mãe/pai também é afetada por essas feridas não cicatrizadas das crianças, bem como por perdas, sofrimentos e falhas narcísicas dos próprios adotantes. Assim esse estudo tem como objetivo analisar e compreender a experiência de pais adotivos em relação à constituição de sua parentalidade na adoção tardia de crianças. Trata-se de uma pesquisa qualitativa desenvolvida por meio de estudos de caso. Participaram sete famílias que adotaram crianças maiores de 2 anos e/ou adolescentes. Os pais adotivos responderam a um questionário sociodemográfico, uma Entrevista Semiestruturada e participaram do procedimento Desenho de Família com Estória (DF-E). Análise dos dados está embasada na metodologia de análise de conteúdo de Minayo e a interpretação dos dados fundamenta-se no referencial teórico psicanalítico de Winnicott. Considerando o conteúdo exposto neste trabalho até a presente etapa, foi possível observar que parentalidade na adoção tardia ainda é um tema pouco abordado. Analisando essa realidade é importante debruçar-se sobre os dados coletados com o intuito de analisar a construção dos laços entre pais e filhos na adoção tardia, explorando formas de melhorar o vínculo e identificando também, intervenções que possam auxiliar a adaptação parento-filial durante o processo de adoção.