Banca de DEFESA: ISABELLÍ GEOVANUTTI FARIAS DE SOUZA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ISABELLÍ GEOVANUTTI FARIAS DE SOUZA
DATA : 14/03/2023
HORA: 16:00
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:

ESTRESSE DE MINORIA EM POPULAÇÕES SEXO GÊNERO DIVERSAS: MENSURAÇÃO E ANÁLISES MULTIGRUPAIS


PALAVRAS-CHAVES:

Estresse de minoria, Grupos minorizados sexo gênero diversos, Travestis, Transsexuais.


PÁGINAS: 88
RESUMO:

As discriminações sofridas por pessoas de grupos minorizados sexo gênero diversos é um tema clássico quando considera-se a investigação contextual do público-alvo. No Brasil, esse aspecto é evidenciado com maior magnitude, visto que o país figura como um dos que mais violenta e mata pessoas que se identificam como LGBTPQIAN+ no mundo. A partir disso, a Teoria do Estresse de Minorias (TEM), aparece como uma via de pensamento que considera estressores específicos de cada grupo minorizado sexo gênero diversos, se diferenciando entre si e em comparação com pessoas que se encaixam nas cisheteronormas. Diante disso, esta dissertação teve como objetivo geral avaliar o estresse de minorias em pessoas de populações sexo gênero
diversas (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis e Transsexuais) no contexto brasileiro. Para tanto, o Artigo I objetivou adaptar o Protocolo para Avaliar o Estresse de Minorias em LGBTs - Lésbicas, Gays e Bissexuais (PEM-LGB-BR) para a população T (PEM-T-BR), a fim de proporcionar um instrumento para investigar o contexto específico deste público-alvo, considerando suas características próprias, bem como o tipo de discriminação específica que tal grupo sofre diariamente. Sendo assim, a adaptação foi realizada com base na literatura científica, e o instrumento adaptado foi avaliado por cinco juízes(as) experts na área de psicologia, com idade
variando de 28 a 39 anos (M= 31,40, DP= 5,03), destes, 60% tinham o grau de titulação de doutores(as), e 40% mestres. Além disso, a validação semântica contou também com a participação de seis pessoas trans, que julgaram a inteligibilidade do instrumento, os e as participantes apresentaram idades variando entre 24 e 43 anos (M= 33,83, DP= 7,35). Os resultados da análise semântica apontam que a adaptação do instrumento seguiu os critérios teóricos e práticos de medidas psicométricas, apresentando então bons indicadores de validade de conteúdo. Posteriormente, contou-se com a participação de 200 mulheres trans, com idade variando entre 18 e 44 anos (M= 27,57, DP= 6,02), que responderam ao questionário de pesquisa, contendo o PEM-T-BR e a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21). A partir disso, realizaram-se análises de validade de construto e confiabilidade do instrumento, nos quais os resultados confirmam a sua adequabilidade prática, teórica e empírica, possibilitando a aplicação do instrumento em larga escala no contexto brasileiro. Ademais, o Artigo II teve como objetivo a investigação da incidência de estresse de minorias em grupos minorizados sexo gênero diversos, considerando o recorte LGBTs, além de investigar os impactos do estresse de minorias em
indicadores de mal-estar psicológico, desta vez considerando apenas a população T. Para tanto, contou-se com a participação de duas amostras, sendo a primeira a mesma do Artigo I, e a segunda amostra considerando o recorte de pessoas Lésbicas, Gays e Bissexuais (LGBs), e contou com a participação de 283 participantes entre 18 e 35 anos (M= 23,22, DP= 3,50), dentre estes, 105 pessoas se declararam bissexuais (40,63%), 95 pessoas gays (33,57%) e 68 pessoas lésbicas (24,03%). Os resultados corroboraram a hipótese de maior afetação psicológica na população T, que por sua vez, apresentou números significativamente maiores de estressores de minorias,confirmando os achados da literatura, que indicam que o contexto social de pessoas travestis etransexuais são demarcados de mais experiências discriminatórias que outros subgruposminorizados, como LGBs. Além disso, a Modelagem por Equações Estruturais (MEE) possibilitou a investigação do impacto desse estresse de minorias da população T nos indicadores de mal-estar psicológico investigados neste estudo (Depressão, Ansiedade e Estresse). A partir disso, foi possível observar que o estresse de minorias apresentou influência significativamente alta no estresse geral percebido por pessoas trans, que por sua vez, apresentou influências igualmente significativas na presença de depressão e ansiedade. Os achados deste estudo corroboram mais uma vez com os achados da literatura científica, que indicam que os estressores de minorias são uma parcela adicional ao estresse comum do cotidiano dos seres humanos, mas aparecem também como fatores preponderantes para a maior marginalização e vulnerabilidade de pessoas travestis e transsexuais a apresentarem indicadores de saúde mental fragilizados.


MEMBROS DA BANCA:
Externo(a) à Instituição - GLEIDSON DIEGO LOPES LOURETO
Presidente - 1065335 - LEOGILDO ALVES FREIRES
Interno(a) - 1449933 - SHEYLA CHRISTINE SANTOS FERNANDES
Notícia cadastrada em: 28/02/2023 07:34
SIGAA | NTI - Núcleo de Tecnologia da Informação - (82) 3214-1015 | Copyright © 2006-2024 - UFAL - sig-app-1.srv1inst1 29/04/2024 11:12