A permanência no tratamento de infecção por HIV com uso de antirretrovirais: análise das campanhas de saúde e dos preditores comportamentais.
Pessoas que Vivem com HIV; antirretrovirais; Teoria da Ação Planejada; Iramuteq.
O presente estudo resultará na produção de uma dissertação de Mestrado em Psicologia. De modo geral, objetiva-se identificar fatores que podem contribuir com a permanência no tratamento de infecção por HIV com uso de antirretrovirais. Mais precisamente, pretende-se identificar como as campanhas de saúde oficiais sobre HIV/Aids abordam a temática do tratamento com uso de antirretrovirais; analisar as crenças das pessoas que vivem com HIV/Aids acerca das campanhas de saúde oficiais sobre o tema; e analisar as crenças de pessoas que vivem com HIV/Aids relacionadas ao comportamento de permanecer em tratamento com uso de antirretrovirais. Para alcançar os objetivos definidos, serão realizadas duas etapas. A primeiro consiste em uma análise de materiais infográficos das campanhas de saúde sobre HIV e/ou Aids divulgadas e disponibilizadas para download no site do Ministério da Saúde. A segunda estapa consiste no levantamento das crenças de 28 pessoas que vivem com HIV que estão em tratamento com uso de antirretrovirais. Neste estudo, o instrumento utilizado será um roteiro de entrevista estruturada em formato online, constituído por duas partes. A primeira parte apresentará questões sociodemográficas e clínicas. A segunda parte apresentará perguntas abertas, com foco na análise sobre as campanhas de saúde e dos determinantes comportamentais postulados pela Teoria da Ação Planejada (TAP). Os dados provenientes de ambos os estudos serão analisados a partir do processamento no software Iramuteq. Os resultados da Etapa I identificaram que uma das principais estratégias governamentais disseminadas nas campanhas de saúde sobre HIV/Aids tem sido a prevenção, sobretudo com o incetivo do uso da camisinha. O tratamento é apresentado enquanto opção possível após um diagnóstico positivo para HIV, mas informações sobre a sua condução e modo de funcionamento são menos frequentes. Na Etapa II, as Crenças Comportamentais apontaram prioritariamente as vantagens consideradas pelos participantes da pesquisa, partir de termos como “vida”, “indetectável” e “saúde”. As Crenças de Controle apresentaram termos referentes aos fatores que podem facilitar a permanência no tratamento - como a distribuição das medicações de forma gratuita e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde – ou dificultar, como o acesso aos exames necessários e efeitos colaterais das medicações. Por fim, as Crenças Normativas, apresentaram que “família” e “amigos” surgem enquanto grupos influenciadores para a permanência no tratamento nas respostas evocadas pelos sujeitos. Espera-se que os resultados forneçam subsídios para criação de estratégias de intervenção e políticas públicas efetivas voltadas aos cuidados das pessoas que vivem com HIV.